Em meio a modernização dos estádios de futebol e supervalorização nos valores dos ingressos, surge também um movimento que vai na contramão de tudo isso. O coletivo Autistas Alvinegros se tornou uma das principais referências de inclusão nas arquibancadas.
Quem acompanha o futebol brasileiro já deve ter se deparado com faixas e movimentos de torcedores autistas durante as transmissões. O primeiro grupo criado no Brasil surgiu de uma iniciativa corinthiana em abril de 2022 e carrega o nome de Autistas Alvinegros. A diretoria da torcida conta com sete membros, sendo eles autistas e familiares atípicos.
Em entrevista à Agência de Notícias CEUB, a co-fundadora Juliana Prado, comentou que a torcida quer quebrar a visão que as pessoas têm (inclusive alguns autistas e seus familiares) de que o estádio não é um ambiente para o autista frequentar. “O lugar do autista é em todo lugar, basta este ambiente se preparar para recebê-lo.’’
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A Neoquímica Arena, estádio do Corinthians, passou a ter um espaço destinado a pessoas autistas. Esse local é uma sala que conta com isolamento acústico, itens sensoriais, fone abafador de ruídos e outros aparelhos destinados a esse grupo.
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A co-fundadora também mencionou a importância do futebol para pessoas que possuem esse transtorno.
“Nós utilizamos da imagem do futebol para levar a conscientização do autismo, mas o esporte pode ajudar além disso, o incentivo da prática ajuda os autistas com as questões de coordenação motora, com a socialização e trabalho em equipe, e a visita aos estádios de futebol, para acompanhar uma partida, ajuda na inclusão do autista na sociedade, no lazer.’’
Além de um espaço destinado exclusivamente a pessoas autistas, o estádio também disponibiliza uma carga de ingressos isentos de pagamento para pessoas autistas e desconto de meia-entrada para acompanhantes. Essa gratuidade é cedida pelo clube através do site oficial na aba de ingressos.
Por Pedro Santana
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira