Duas atletas de alto rendimento que atuam em Brasília revelam que os desafios são diários para seguir os sonhos. A jogadora de vôlei Milena Silva, de 22 anos, que joga como central do Brasília Vôlei, e a meio- campista do Real Brasília Luciana Santos, de 35 anos, relatam diferentes momentos de luta.
A jogadora de vôlei Milena Silva, natural da cidade de Timon (MA), foi morar em Brasília no ano passado. Após nove anos dentro das quadras, ela comenta que um dos maiores lutas que ela passa como atleta, é a distância dos familiares.
“Ficar longe de família e amigos, perder eventos especiais são os maiores desafios para mim”.
A caminhada
A maranhense lembra-se que a carreira foi de enfrentamento de problemas. “Nem todo mundo que trabalha com você acredite 100% em ti”, diz a atleta. “São coisas que a gente sempre ouve ou vê e releva”.
Milena é um exemplo de sonhadora, do Maranhão até a superliga de vôlei, em nenhum momento desistiu, passou por dificuldades ao ficar longe de sua família e lidou com cansaço físico e mental no dia a dia, e ainda assim ela seguiu seu sonho.
“Sonhava em jogar no profissional e consegui chegar e jogar com grandes ídolas minhas, e sonhava com seleção brasileira e já fui convocada”.
Diversas atletas abrem mão de fases de suas vidas para ir atrás dos seus sonhos, e como vimos não foi diferente com a central do Brasília Vôlei, não participar de datas comemorativas com sua família foi apenas um de seus inúmeros desafios, atletas tem que aprender a cuidar de si mesmos desde o início pois para alcançar seus objetivos e metas, inclui esforço e dedicação diária, o que muitas vezes significa ficar longe de amigos e família.

Quem também compartilhou sua história foi a meio campista do Real Brasília, Luciana Santos, a jogadora de 35 anos, nascida em Brasília está a 16 anos nos gramados e começou sua trajetória no futebol no clube ASCOOP (clube que não existe mais atualmente).
A atleta comenta que desde pequena já começou no esporte, e recebeu grande apoio da sua família. “Comecei a jogar aos sete anos com meninos, mas no meio familiar, nunca desacreditaram de mim. Pelo contrário, sempre tive incentivo.”
A luta pelo respeito
A brasiliense comenta também a respeito dos comentários negativos que o futebol feminino recebe: “Ainda existem muitos. É meio difícil acabar com isso, mas nós sabemos o que passamos para chegar onde estamos.”
A atleta não nega que os comentários incomodam, mas diz que recebe muito apoio e segue em frente. “Claro que às vezes incomoda um pouco, mas com a mídia e o apoio que temos hoje, mato no peito e sigo em frente.”

Os desafios
Luciana comenta das principais dificuldades que teve durante sua carreira, “No início da minha trajetória o grande desafio foi conciliar a maternidade com o profissionalismo. Hoje é uma questão que tiro de letra.” Ela assim como muitas outras mães que conciliam a maternidade com o trabalho, tem desafios diários, mas mesmo com todas as adversidades se tornam mães e profissionais.
A profissional do Real Brasília é um grande exemplo de trabalhadora, em um esporte destacado pela presença de homens, a atleta surge como um espelho para jovens jogadores que possuem receio de seguir no esporte por conta do preconceito que existe até hoje. A meio campista mostra que apesar de todas as adversidades o futebol feminino vem conquistando seu espaço no cenário mundial com todo apoio que recebe, e vai seguir trabalhando por isso diariamente.
Por Lucas Alarcão
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira