Foi na infância que a jogadora de futevôlei Lana Miranda, decacampeã mundial, apaixonou-se pela prática esportiva. Além dos títulos internacionais, a brasiliense, com 28 anos de carreira, coleciona 23 títulos brasileiros e seis TAFC, incluindo o troféu Mikasa de 2023. Ela relembra, em entrevista, que precisou ganhar título mundial para conseguir pagar passagem de volta.
![](https://agenciadenoticias.uniceub.br/wp-content/uploads/2024/03/lanamiranda.jpg)
Carreira de Sucesso
Nascida em uma família apaixonada por esportes e criada com seus primos e irmão, descobriu sua paixão e iniciou a trajetória de sucesso ao participar de dois campeonatos brasileiros e se profissionalizou no futebol de campo e de salão.
Confira trechos da entrevista
Como é ser uma influência feminina no esporte?
Lana Miranda – É uma vasta carreira, com muito orgulho, principalmente depois de todos títulos e reconhecimentos.
Nossa luta é diária. Querendo ou não, ainda vivemos em um ambiente machista e costumo dizer que constantemente estamos quebrando paradigmas. A mulher, não só no esporte como na cultura, na política, em todos os aspectos vem quebrando barreiras.
Fico muito feliz por ser de Brasília e ter uma carreira brilhante em um lugar que não tem praia. Todos os títulos vieram com muito treino e dedicação. Eu como a areia do Parque da Cidade com farinha.
Esse ano de 2024 vai ser ímpar, com o Praia do Cerrado, circuito que desenvolvo aqui em Brasília que terá três etapas.
Também, esse final de semana, do dia das mulheres, terá mais uma etapa do TAFC e se Deus quiser me consagrarei heptacampeã.
Agência Ceub – Você já disputou um campeonato fora do país sem ter dinheiro para a volta?
Lana Miranda – Esse episódio é muito interessante porque realmente foi o primeiro campeonato mundial que fui convidada e eu não tinha condições nem patrocínios.
Naquela época, a passagem para os Estados Unidos era muito cara e, se eu ganhasse o campeonato, conseguiria pagar a passagem. Foi bem interessante. Um mês treinando de manhã, tarde, noite e madrugada.
Então não foi fácil, deu um frio na barriga, mas eu sabia que era capaz.
Lá nos Estados Unidos eles incentivam e valorizam muito a mulher no futebol, até mais que os homens, foi um evento lindo. Lembro que, de repente, estávamos nas finais e era contra as meninas que tinham acabado de ser campeãs olímpicas do futebol feminino.
Eram muitos fotógrafos e repórteres atrás delas. Lógico, também eram nossas ídolas, então foi muito legal poder jogar com referências, foi um reconhecimento para o futevôlei feminino e para a minha carreira. Graças a Deus o título veio, se não eu estava até agora lá lavando prato.
Agência Ceub – Qual a sensação de ver o seu nome na lista da Confederação Brasileira de Futevôlei (CBFv)?
Lana Miranda – Hoje, qualquer lugar que ouço o Hino Nacional, às vezes até na televisão ou alguma audiência, sinto uma emoção por recordar tudo que a gente viveu e passou. O esporte realmente salva vidas. Não traz só dinheiro, como muita cultura e muito conhecimento.
São 28 anos de futevôlei e eu ainda continuo treinando e me dedicando, várias gerações se passaram, meninas que estão começando agora não chegaram de idade no que eu tenho de carreira, e eu estou aqui cada vez mais querendo buscar títulos, buscar o pódio, então isso para mim é muito importante, um orgulho mesmo de ter esse reconhecimento.
Agência Ceub – Como é ser uma referência do esporte, não só em Brasília, mas nacionalmente, sempre sendo prestigiada e recebendo homenagens em eventos?
Lana Miranda – Eu falo que Brasília é sim a capital do esporte. Temos um clima em que conseguimos praticar esportes o ano inteiro, não só em parques, mas em clubes. Vemos que o cidadão de Brasília gosta de praticar exercício físico até mesmo na hora do almoço.
E isso é muito legal, tornando Brasília sim, a capital do esporte, não só no futevôlei. Temos campeões de nado sincronizado, como o César Castro, temos corredores, o pessoal do vôlei de praia. Temos o Caio que ganhou na marcha atlética também.
Eu sou uma apaixonada pelo esporte. Então, Brasília é sim uma referência para todas as cidades do Brasil. O governo apoia bastante. Temos vários planos que ajudam os atletas, como bolsa atleta, compete Brasília que é um programa onde os atletas viajam por meio das passagens para as competições. Além de vários eventos na cidade. Sendo assim, fico muito feliz de ser atleta e brasiliense.
Agência Ceub – A Lana da infância fica feliz com a Lana de hoje?
Lana Miranda – Desde criança, eu quis ser campeã do mundo. Então tudo do esporte na minha vida foi voltada para ser campeã. Os meus primeiros professores eram meus mestres, então tudo que eles falavam, eu guardava para usar como referência.
Eu lembro até de um caso quando estava com um professor tomando refrigerante e ele disse que campeões não tomavam refrigerante. Desde então eu nunca mais tomei refrigerante, para me tornar uma campeã. Por isso eu falo que os jovens têm que ter o esporte porque é com ele que formamos cidadãos, caráter e pessoas.
Nesse mundo cibernético, se não tivermos onde gastar as energias, teremos adolescentes sem coordenação motora, às vezes com problemas mentais. O esporte é importante na vida. E eu falo que a minha personalidade é do esporte.
Confira o que já foi publicado sobre a atleta
Por Diller Abreu, Kallebe Simões e Leonardo Rodrigues
Foto: Arquivo/Luciano Villalba/Agência CEUB
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira