Grupo artístico ensina dança para deficientes

COMPARTILHE ESSA MATÉRIA

Quando a música começa, o centro do salão não significa apenas um convite à dança. É muito mais. Significa, a cada passo, a cada novo ritmo, superação de limites. Graças a um trabalho de conclusão de curso da aluna de licenciatura em dança Janaína Moraes, o grupo de arte brasiliense denominado “O Coletivo e o Escambau”, que atua voluntariamente, resolveu colocar em prática um projeto de inclusão. O grupo encontrou espaço, fez parcerias e chamou o público-alvo para fazer parte da criação. Deficientes com diferentes limitações se inscrevem gratuitamente e se encontram todas as segundas-feiras, às 20h, para praticar dança contemporânea. Eles superam os próprios medos e têm oportunidade de se expressarem pela arte.

Leia mais notícias da Agência

Confira página do projeto

Equipe trabalha de forma voluntária
Equipe trabalha de forma voluntária

O projeto, que começou em setembro, ganhou nome: Motus. Encontrou lugar: o Instituto Federal de Brasília (IFB) com suporte dado pelo NAPNE (Núcleo de Apoio para Pessoas com Necessidades Específicas). “Nós abarcamos essa parte da sociedade que ficou à margem e sem oportunidade de acessar a educação de qualidade por diversos motivos. Temos alunos que são deficientes auditivos, visuais, físicos, cadeirantes, todo tipo de deficiência”, disse o diretor geral do campus do IFB, Gustavo Filice de Barros. O diretor acrescentou que projetos como o Motus fazem parte da base do Instituto, dos valores que ele segue.

Os membros são de diferentes áreas de estudo da arte, disse o coordenador e professor Jackson Bauer, que é musicista e ator. Jackson explicou também que o projeto é voltado para a dança, mas não visa a trabalhar somente esse fator. O resultado final de cada encontro pode unir dança e teatro ou dança e arte plástica, por exemplo.

A docente do curso de Licenciatura em Dança do IFB, Elizabeth Maia, é a orientadora do projeto dentro da instituição. Com 25 anos de experiência em dança para pessoas com deficiências, e coordenadora do NAPNE, a professora diz que a dança é benéfica para qualquer pessoa independente do tipo de fisionomia. “Sentir o corpo em movimento, é sentir o corpo vivo. Mas eu não vejo muita diferença para quem é deficiente na dança. O que muda as vezes é somente a maneira de conduzir a aula”, falou Elizabeth.

 

Novos sons

 

Atriz, modelo, dançarina, deficiente auditiva e participante do Motus, Renata Rezende, contou que para ela a dança é uma arte visual, mas que nunca teve dificuldade para dançar e unir a dança com o teatro, que é um de seus objetivos com o projeto. Renata também disse que acredita que trabalhos como esse são importantes porque ajudam a sociedade a entender que é preciso olhar para o deficiente e tratá-lo como igual.

foto3
Renata Rezende perdeu a audição com 3 anos de idade

 

A unificação de oportunidade, inovação e acessibilidade são características fortes do projeto. Para a inclusão ser eficiente, o projeto não busca se focar na reabilitação de pessoas deficientes, mas em ser um provedor de chances para que essas pessoas possam se entender enquanto artistas criadores, citou Clara Braga, artista plástica, professora e coordenadora do projeto. “Eu acho que é essa visão, de que todos os espaços, e de que a dança tem que ser aberta para qualquer pessoa independente de como é o corpo dessa pessoa e de qualquer limitação”.

Confira entrevista com a artista plástica Clara Braga

Para os idealizadores do projeto, o espaço deve ser aberto à criação, à autonomia e ao desenvolvimento da arte. “Nós queremos que as pessoas possam ter a chance de realizar os sonhos delas.Incentivamos que elas tenham na cabeçaque não há limitações dentro da arte”, disse o coordenador Jackson Bauer. Ele acrescentou que o grupo procura outros artistas que possam colaborar com a prática.

 

Por Lívia Bruno – Agência de Notícias UniCEUB

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

A Agência de Notícias é um projeto de extensão do curso de Jornalismo com atuação diária de estudantes no desenvolvimento de textos, fotografias, áudio e vídeos com a supervisão de professores dos cursos de comunicação

plugins premium WordPress