Garimpo ilegal e extremos climáticos ameaçam saúde dos yanomami, aponta MS

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O garimpo ilegal nos territórios Yanomamis se destaca como um dos maiores parasitas na saúde deste povo, segundo o secretário de saúde indígena Ricardo Weibe Tapeba. 

“Ao longo de 2023, seis polos base, que estavam fechados por ações criminosas de garimpeiros, foram reabertos. Nestas localidades, onde é possível prestar assistência e ajuda humanitária, 307 crianças diagnosticadas com desnutrição grave ou moderada foram recuperadas”, afirmou. Ele diz que o governo trabalha em conjunto com as Forças de Segurança Pública para que as ações de saúde possam avançar.

Confira relatório do Ministério da Saúde

Área de garimpo cresceu

Em relatório divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA) e da Hutukara Associação Yanomami, a área de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami cresceu 7% e atingiu 5.432 hectares em 2023.

O mesmo relatório indica que: “há relação direta entre a explosão do garimpo e o aumento de casos de doenças infectocontagiosas, como gripe, pneumonia e demais infecções respiratórias”.

Mais de 31 mil pessoas

A Pesquisa realizada pelo Distrito Sanitário Especial Índigena (DSEI) e divulgada pelo Ministério da Saúde, a população Yanomami no Brasil é de cerca de 31,7 mil habitantes, divididos em 384 aldeias.

Eles ocupam uma área de 10 mil hectares em Roraima. Os conflitos derivam da atividade ilegal do garimpo e se desdobram nas epidemias de malária e a subdesnutrição. O Ministério da Saúde divulgou que, no ano passado, houve 343 mortes registradas no ano de 2023. 

Clima

Os eventos climáticos extremos também afetam o povo Yanomami, segundo o Ministério da Saúde. Em função dessa situação, o governo criou o Comitê de Resposta aos Eventos Extremos na Saúde Indígena (CREESI) para auxiliar os povos indígenas diante deste problema.

Diante da crise vivida pelos indígenas, o ministério da Saúde ampliou o número de profissionais em atuação no território, realizou de testes em massa para detecção de malária, criou o Centro de Recuperação Nutricional para tratamento de crianças com desnutrição, investiu mais de R$ 220 milhões para reestruturar o acesso à saúde dos indígenas da região e aumentou de 9 para 28 profissionais do Mais Médicos em atuação no território ao longo do ano.

Por Caio Aquino e Luisa Mello

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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