Até onde a ganância humana pode chegar? A série “Fallout”, baseada nos jogos da Bethesda, lançada nesta quarta-feira (10.abr), na plataforma do Prime Vídeo, mergulha nas profundezas sombrias desse tema. Jonathan Nolan foi o responsável por dirigir a ficção de oito episódios.
A trama desvenda não apenas a guerra entre ricos e pobres (habitantes dos abrigos e a superfície), contudo, em um âmbito maior: o confronto entre a dualidade da própria humanidade e suas tendências mais obscuras.
A história se passa cerca de 200 anos após a guerra nuclear de 2077, em que a China dizimou os Estados Unidos, o que levou os americanos a forçarem os sobreviventes a viverem em abrigos subterrâneos chamados Vaults.
Assista o trailer: Fallout – Official Trailer | Prime Video
A série é uma das adaptações mais fieis, em questão de cor, figurino e cenário, e divertidas de um jogo de videogame até hoje. Ela se destaca por não tentar recontar a história de um dos jogos da franquia, mas sim por explorar um universo criado nos anos 90.
“Fallout” não é apenas uma série sobre a sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico; é uma exploração da natureza humana, da ética questionável e das consequências devastadoras da guerra. Agora, os mais ricos conseguiram se refugiar em luxuosos abrigos.
Eles, no entanto, são forçados a deixar os bunkers e enfrentar uma realidade violenta, onde a radiação é apenas uma das grandes ameaças.
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O piloto apresenta três personagens principais: Lucy MacLean, Maximus e Cooper Howard. A força da série reside na capacidade de mergulhar fundo nas histórias de seus personagens. Que são interpretados por Ella Purnell, Kyle MacLachlan e o talentoso Moises Arias, respectivamente, esses personagens são a “alma” de “Wasteland”.
Adentre a série Fallout
Lucy, em particular, destaca-se como uma protagonista em constante evolução, enquanto Hank e Norm, interpretados por MacLachlan e Arias, acrescentam camadas à dinâmica familiar. Cada um deles oferece uma perspectiva diferente do mundo pós-nuclear, permitindo que os fãs da franquia reconheçam elementos familiares e descubram novos detalhes.
Assim como nos jogos, os personagens da série são guiados por escolhas, e suas ações têm impacto na trama. A série expande o universo do jogo, oferecendo uma ótima história de ficção científica.
Mais que isso: através dos olhos dessas mesmas personas, somos convidados a refletir sobre as injustiças inerentes a um sistema que privilegia uns poucos à custa do sofrimento de muitos.
A temporada desnuda as contradições sociais, evidenciando a luta entre as classes. Os Vaults representam a burguesia, aqueles que são “soberanos do capital”. Em um paralelo com a análise de Karl Marx, em “O Capital”: detentores dos meios de produção e do controle sobre os destinos da humanidade pós-apocalíptica. Assim, os oprimidos personificam os habitantes das terras desoladas, excluindo o povo.
A série passa a impressão de que as lutas de classe são inerentes ao sistema capitalista e prevê que essas lutas culminarão na revolução.
Por Monique Del Rosso
Fotos trailer: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira