Machismo pode matar

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No início é um grito, uma ordem, uma ofensa. Depois surgem os primeiros empurrões, puxões de cabelo, o tapa na cara, o murro. Sangue a cada discussão passa a não ser mais novidade, seja qual for o motivo. Em geral, justificado por levar culpa à própria vítima. “Me desrespeitou”, “deu bola para outro”, “estava de saia curta”… Se filhos estiverem em casa, passam a sofrer com uma dor que não tem fim. E se não houver fim por uma fuga, pode ter o fim na morte. O machismo surge escancarado em escândalos no meio da rua, ou se esconde em silêncios de terror no próprio ambiente doméstico. Vem do colega de trabalho, do familiar, do desconhecido, das expressões preconceituosas, da “brincadeira” vulgar. Em pleno ano de 2015, o Brasil, mesmo com tantas conquistas da mulher, ainda assiste boquiaberto às agressões e os assassinatos, mas há quem compreenda, com cumplicidade criminosa, quando as mulheres são subjugadas.  Os números não conseguem traduzir o horror do machismo, mas são indicativos práticos do quanto ainda não sabemos. Na semana da mulher, esse é apenas mais um grito.

A cumplicidade com as agressões estão vestidas com diversos trajes, em diferentes ambientes, sob a égide da sociedade patriarcal. O país que, vez por outra, ouve políticos encherem a boca para se orgulhar do próprio conservadorismo ainda não tem uma cultura de denúncia. Um dos casos diferenciados, segundo especialistas, é o do Distrito Federal, onde, teoricamente, com uma população mais esclarecida, as mulheres buscam mais seus direitos. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, aproximadamente 40 mulheres foram vítimas diárias da violência doméstica durante o ano de 2014. Nesse período, os órgãos de defesa da mulher registraram 14,1 mil denúncias de agressão nas delegacias da capital e das regiões administrativas. A populosa Ceilândia é a campeã desse terror anunciado (2.239 casos).  Em 2011, o DF era a sétima unidade federativa com maior número de assassinatos de mulheres, com 5,8 homicídios por grupos de 100 mil mulheres. Em 2013, a cada duas horas, uma mulher morria no Brasil vítima da violência, de acordo com pesquisa do Ministério da Justiça. O governo, na época,  informou que foram registrados 50.617 estupros no país em 2012.

Clique aqui e leia a reportagem completa.

 

 Por Jade Abreu e Juliana Braz 

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