Acampamento Terra Livre: “vim na marcha lutar por vida”, diz cacique tabajara

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Nesta semana, os manifestos no Acampamento Terra Livre e durante a marcha pela Esplanada dos Ministérios, chamaram atenção para os riscos que sofrem.  

A participação contou com cerca de 9 mil pessoas, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). O cacique Ednaldo dos Santos Silva, do povo Tabajara, da Paraíba, disse que viajou até a capital para lutar por vida.

“Esse movimento é uma forma de dizer pro Estado que eles não nos mataram. A gente ensina também para a população não indígena como se defende diretos de educação, saúde e território”

Cacique Tabajara Ednaldo dos Santos Silva. Foto: Juliana Sousa/Agência Ceub

“Violências históricas”

O indígena Dzubuyê Kariu, do povo Kariú-Kariri, de 20 anos de idade, explica que foi importante estar em Brasília diante das violências históricas que a sua etnia sofreu.

“Como jovem, é muito importante estar aqui, representando a cultura do meu povo. Por que por mais que não tenha vários, eu estou aqui e se um kariú tá aqui eu tô por todos”, confessa.

 Ele explica que o povo dele tem uma reza que diz que um kariu sozinho e isolado de todos os demais não é um kariu. “Mas quando ele tá junto com a sua cultura, trajado com suas vestes, levando o nome do povo, ele tá conectado em espírito”, afirma. 

Foto: Juliana Sousa 

“Cortaram nosso tronco”

O ATL reuniu cerca de 200 povos indígenas durante esta semana e foi palco de debates e discursos de líderes indígenas, além de palestras para os presentes. O espaço contou com estandes de artesanato indígena e apresentações.  Ednaldo Silva, do povo Tabajara, foi um dos líderes a discursar no evento.

 “Eles arrancaram nossas folhas, quebraram nossos galhos e cortaram nosso tronco, mas esqueceram de arrancar nossa raíz. Nós, povos indígenas, somos isso, uma árvore que está nascendo e querem cortar de novo, mas vai ter muita luta ainda.”

Por Juliana Sousa (texto e fotos)

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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