Conforme a aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira, lotava o compartimento de cargas com 20 toneladas de calçados, representantes de centros de tradições gaúchas em Brasília olhavam a cena. Tentavam encontrar palavras para o drama distante e a solidariedade presente.

O galpão na Base Aérea de Brasília repleto de materiais doados precisarão ainda um sem-número de viagens de avião até o Rio Grande do Sul.
“Foi uma devastação geral. É um cenário de guerra. Tudo destruído. Então, essa fase agora que vai ser muito mais importante. Agora é a reconstrução. Vai ser uma fase mais difícil e trabalhosa”, afirmou Albino Becker, do CTG Estância Gaúcha do Planalto.

No alto do avião, uma faixa ao lado das doações dava a medida de que as ações solidárias e os transportes com aviões do Estado Brasileiro não têm prazo para acabar. “Não importa o tempo. Seguiremos em passos firmes”, apontava a mensagem.
O avião chegou na noite desta quarta à Base Aérea de Canoas (BACO). Associados do Centro de Tradições Gaúchas Querência do Valparaiso de Goiás (GO) também se emocionaram com o transporte dos calçados e com a homenagem da orquestra de música da FAB com a execução do Hino do Rio Grande do Sul. “Nesse momento, as demostrações de solidariedade representam muito para a gente. Estamos com os corações unidos”, afirmou o presidente do CTG, Natan Mazzoco.
No embarque das doações, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, cumprimentou os representantes dos gaúchos e comentou com eles que o apoio será permanente durante todo o processo de recuperação do Rio Grande do Sul.
Segundo o governo gaúcho, o número de mortos confirmados no Estado chega a 161, com 806 feridos e ainda 82 pessoas desaparecidas.
Pelo menos 467 municípios foram afetados. Há 68.345 mil pessoas em abrigos e 581.633 mil desalojados.
Saiba como ajudar a partir de Brasília
Por Pedro Santana e Luiz Claudio Ferreira