A trajetória do craque Felipe Anderson, a mais badalada contratação do Palmeiras, demonstra a importância dos projetos sociais relacionados aos esportes. O jogador deu os primeiros passos ao se destacar ainda jovem em uma tradicional escolinha de futebol do DF, o Gaminha.
No início da adolescência, o garoto começou a jogar pelo Desportivo Gaminha, onde chamou a atenção e foi contratado para fazer parte do time de base do Santos.
“A gente via que ele era um garoto diferente, era grandão com 12, 13 anos, sempre se sobressaia. Trouxemos o Felipe e ele foi um destaque.” aponta o treinador do Gaminha, Michael da Silva.
Foto: Paulo Mac Culloch
Inclusão
Gaminha surgiu como um time local, mas agora o projeto tem como objetivo retirar as crianças e adolescentes da rua e do sedentarismo, ensinando-as o básico do futebol.
O projeto visa o acolhimento e o desenvolvimento das crianças no esporte. A escola conta com 180 alunos, entre eles 67 meninos com autismo e TDAH.
A iniciativa ocorre no Gama Oeste, onde antigamente era apenas um campo de terra batido, hoje é um campo de grama.
Mensalidade de R$ 80
Desde o campo à arbitragem, o projeto se sustenta sem auxílio do governo. Os alunos pagam uma mensalidade de R$ 80 e o valor da taxa dos campeonatos.
“Todo jogo eles trazem o dinheiro da arbitragem, porque querendo ou não, hoje em questão de escolinha de futebol o governo não ajuda em nada”, aponta o treinador.
Para o professor a categoria de Sub-15 é primordial, pois muitos jovens acabam se perdendo no caminho das drogas através das más companhias.
Segundo dados do IBGE de 2021, 21% dos jovens do Distrito Federal, entre 13 e 17 anos, já tiveram contato com drogas ilícitas.
“O futebol todo mundo quer, mas poucos podem chegar ao ápice.”
Campo da PM
Felipe Anderson, nascido em Santa Maria, filho de gari, batalhou desde cedo para se consagrar no futebol brasileiro e melhorar as condições da amília.
Ainda pequeno, começou a jogar no 26º batalhão da PMDF, onde era organizada uma escolinha de futebol para as crianças da região, chamada Kandangos.
Foto: Ana Clara Mendonça
Olheiros
Felipe, aos 13 anos, entrou para o time do Gaminha. Foi rápida a passagem do jovem, com apenas um campeonato, chamou a atenção de olheiros do Santos e do Coritiba.
Por ser muito jovem, não pode permanecer no Coritiba, então ele foi para o time do litoral paulista. No Santos, ele se tornou um atleta profissional e conquistou uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e dois Campeonatos Paulistas.
Europa
Na Europa, ele permaneceu por 11 anos. Teve passagens pela Itália, Inglaterra e Portugal.
No Lazio, ele se destacou e virou ídolo da torcida. O atleta bateu a marca de 100 jogos consecutivos com a camisa azul e branca.
De volta ao Brasil
Felipe Anderson teve poucas oportunidades de vestir a camisa da Seleção Brasileira. A última vez que ele veio jogar no Brasil, foi em 2016, quando representou a equipe nacional nos Jogos Olímpicos do Rio. Ele conquistou a inédita medalha de ouro.
Com o contrato de 3 anos assinado com o Palmeiras em abril de 2024, o jogador está liberado para jogar a partir do dia 10 de julho.
Por Ana Clara Mendonça e Paulo Mac Culloch
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira