“Tá Escrito”: ‘hino’ do Revelação foi feito em momento difícil dos compositores, diz um dos criadores

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Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé. Manda essa tristeza embora. Basta acreditar que um novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar

Quem nunca abriu o sorriso, ergueu os braços e cantou em alto e bom som a música “Tá Escrito”?

Interpretada pelo Grupo Revelação, é uma das canções mais populares do samba brasileiro e uma das marcas registradas da banda.

Lançada em 2009 no álbum “Ao Vivo no Morro”, a canção ganhou grande destaque por sua letra inspiradora, melodia envolvente e por trazer uma mensagem de superação, fé e resiliência.

A composição de Xande de Pilares, Gilson Bernini e Carlinhos Madureira, foi hino extraoficial da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014.

Foi incluída na trilha sonora da novela Império em 2014 e regravada por Pilares para a trilha de A Dona do Pedaço em 2019, ambas da TV Globo. Também fez parte do repertório do show de Caetano Veloso com os filhos Moreno Veloso, Tom Veloso e Zeca Veloso, em 2017.

Turbulências

“É dia de Sol, mas o tempo pode fechar. A chuva só vem quando tem que molhar” descreve o momento turbulento em que os três compositores estavam passando em suas vidas.

Após Carlinhos Madureira passar por um período de divórcio, Gilson Bernini perder o filho e Xande de Pilares passar por algumas dificuldades pessoais, a necessidade de colocar para fora suas dores e angústias resultou na letra memorável da canção.

Foto: página do artista/Divulgação

“Terminamos a música e ficamos uns cinco minutos sem respirar. Assim, o que que nós fizemos? Fluiu, só fluiu tudo. E aí ficamos uns cinco minutos assim, sem respirar e falamos o que que nós fizemos? Choramos, nós três choramos”, diz Carlinhos.

Ainda de acordo com Madureira, a composição dos músicos já evitou tragédias relatadas por fãs. Mesmo depois de 15 anos, segue ajudando várias pessoas a saírem da depressão e a ver uma luz no final do túnel. “Fui fazer um show lá em São Paulo e um fã veio falar comigo.

Ele me contou que ele estava com uma pistola na boca e aí a música entrou pela janela e acabou que se desarmou e começou a ouvir. Acabou, sabe? Isso aí não tem preço”, afirma.

“Não tem dinheiro que pague”

A parceria de anos resultou em um clássico do samba que ecoa e encanta por onde toca.

“É uma sensação impagável. O dinheiro é legal, mas o fato de você ver as pessoas cantando aquilo que você participou não tem dinheiro que pague isso. Sou muito grato ao Xande, ao Gilson Bernini, que são pessoas incríveis, que estão na minha vida há muitos anos e eu sou grato a Deus por eles”, explica o músico.

Por Ane Caroline Costa, do Rio de Janeiro (RJ)

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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