Um desastre socioambiental, uma novidade no ramo da medicina, uma evolução tecnológica. As formas de contextualizar assuntos ligados a ciência e tecnologia e sair do senso comum tornam-se desafios para as equipes de reportagem. Sobre a cobertura desses temas, a presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR), Dione Moura, defendeu, nesta quarta-feira, em Brasília, a importância do maior aperfeiçoamento e da interdisciplinaridade como pontos fundamentais para a carreira do jornalista. Para ela, no Brasil, os veículos aprofundam pouco os conteúdos científicos.Segundo a pesquisadora, que é professora da Universidade de Brasília e uma das principais referências na pesquisa do jornalismo científico, o profissional da notícia influencia o modo de vida das pessoas, inclusive daquelas que estão fora de determinadas tecnologias. “O jornalista é quem faz a ponte entre a tecnologia e o desenvolvimento”.
A professora enfatizou que o jornalismo especializado deve ter um caráter problematizador e não somente didático. Segundo considerou, o jornalista deve se qualificar para mostrar os vários ângulos da notícia para que a sociedade possa conhecer e opinar. “Está nas mãos do jornalista contextualizar para que o leitor tenha informação de qualidade.” A professora ainda refletiu que as formas de abordagem do tema marcarão as relações com as fontes (os cientistas). Em caso de equívoco das informações, por exemplo, o jornalista poderá perder a confiança nesse relacionamento.
A palestra de Dione Moura integrou a programação da décima edição do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e foi mediada pelo coordenador do curso de jornalismo, Henrique Moreira.
Por Luciano Villalba Neto – Agência de Notícias UniCEUB


