Um ano após a anexação da Crimeia pela Rússia, a Ucrânia ainda lamenta o acontecimento. Países ocidentais não apoiaram a junção, porém países como China e Índia tiveram opinião diferente e aprovaram. O embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko falou sua posição sobre essa relação entre Rússia e Ucrânia. “Não podemos aceitar que a Rússia transforme a Crimeia em um acampamento militar isolado e ameace seus moradores”, explicou. “E não podemos esquecer as palavras de chanceler russo proferidas em dezembro passado, dizendo que estão considerando a possibilidade de colocar as armas nucleares na Crimeia”.
Com a intervenção da Rússia na Ucrânia, as relações entre os dois países ficaram ainda mais complicadas. O embaixador da Ucrânia não aceita a ocupação, pelo fato da Rússia ser uma das responsáveis pela paz mundial. “A Rússia desencadeou uma guerra híbrida contra a Ucrânia. É horrível que essas violações flagrantes foram cometidas por um membro permanente do conselho da segurança das Nações Unidas, que tem uma responsabilidade especial para manutenção da paz e da segurança internacional.”
Entenda a posição russa sobre conflito:
Conflito na Ucrânia: embaixador russo explica tensão
Segundo o professor de relações internacionais e conflitos armados, Renato Zerbini Ribeiro, a Ucrânia não considerou legítima a anexação da Crimeia à Rússia. “Mesmo sem o conhecimento da Ucrânia, o presidente Putin assinou um tratado de adesão. Tropas russas ocuparam a região e invadiram postos militares na Ucrânia”, explicou. De acordo com ele, a Ucrânia considerou a ocupação Russa como uma declaração de guerra e se preparou para reagir a uma possível invasão russa em todo o seu território.
Além disso, o embaixador Tronenko ressaltou que a Rússia ignora as disposições da carta das Nações Unidas e não respeita as suas obrigações políticas e jurídicas provenientes de outros acordos internacionais. Ele fez uma crítica à ONU dizendo que se a organização tivesse sido atualizada, a Ucrânia não teria que luta por sua liberdade e pagar com sangue.
Por Regina Arruda e Bruna Goularte/ Fotos: Sergio Alberto