“Paradise”: criador de “This Is Us” lança suspense político com pé na ficção cientifica

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A nova série de televisão é uma volta da colaboração de Fogelman com Sterling K. Brown, que rendeu ao ator um Globo de Ouro e um Emmy.

Como é de costume de Fogelman, roteirista de “Crazy, Stupid, Love” e da premiada “Only Murders In The Building”, o piloto de “Paradise” começa despretensioso. O espectador acompanha o dia de Xavier Collins (Sterling K. Brown), segurança pessoal do presidente dos Estados Unidos, Cal Bradford (James Marsden).

O enredo é superficialmente apresentado na sinopse e trailer disponibilizados pela Hulu, produtora e distribuidora da série no exterior, e pela Disney+, que traz a história para o Brasil.

Segundo a prévia, a série “se passa em uma comunidade tranquila e luxuosa na qual habitam algumas das pessoas mais ricas e influentes do mundo, incluindo o presidente Cal Bradford, um homem carismático que só quer descansar ao fim de seu segundo mandato no cargo. O pânico toma conta do lugar quando o corpo de Cal é encontrado por seu segurança pessoal, configurando o primeiro assassinato da cidade.”

Assista o trailer:

Paradise | Trailer Oficial Legendado | Disney+

Os primeiros minutos de episódio convidam a audiência a não somente entrar na rotina do agente Collins, mas a também ser parte do tumulto emocional nas entrelinhas de uma cinematografia intimista e uma paisagem visual tímida, com cores dessaturadas e frias. A ação só começa após longos minutos de um ritmo lento que leva quem assiste ao limiar da impaciência.

Após a revelação da morte do presidente Bradford, há uma virada do drama tranquilo para um murder mistery que equilibra flashbacks com cenas tensas no presente, e em muito lembra o trabalho de Dan Fogelman na indicada ao Emmy “Only Murders In The Building”. Em contraste com a série de Selena Gomez, porém, “Paradise” deixa de lado qualquer pretensão de comédia e traz uma abordagem mais madura ao suspense investigativo.

A atuação de Sterling K. Brown é, já desde o início, fenomenal. Suas cenas com James Marsden carregam a mesma dose de leveza e tensão, e é fácil se ver na beira do sofá na segunda metade do piloto. Os diálogos são vez ou outra blasé, mas a entrega dos dois atores é impressionante o bastante para capturar a atenção de quem assiste.

Contrariando a atmosfera criada pela trilha sonora inquietante, não há muita ação no primeiro episódio da série. Os últimos cinco minutos de “Paradise”, aliás, apresentam mais reviravoltas que os primeiros 45 combinados.

Para o espectador impaciente, é uma série que exige muito e, embora instigante, a impressão que o piloto deixa é haver um grande perigo da história cair em clichês um tanto desgastados. Em especial quando Fogelman transforma seu suspense investigativo em apenas uma pequena parcela de uma conspiração distópica muito maior. 

Lembrando tropes de sucesso como as usadas em “O Show de Truman” e “Southland Tales: O Fim do Mundo”, “Paradise” começa bem, com atuações espetaculares e um trabalho de câmera genial, apesar do frustrante panorama de cores opaco que parece acompanhar todas as últimas produções da Disney. Ela arrisca, porém, falhar na tentativa de abraçar gêneros em excesso e, talvez, replicar clichês saturados. Se você tiver 50 minutos de sobra e paciência para um roteiro, de primeira, não muito inovador, é uma escolha que não vai decepcionar, ao menos não em seu piloto. Quanto ao restante da temporada? O tempo dirá.

Os três primeiros episódios de “Paradise” estarão disponíveis na Disney+ dia 28 de janeiro. Os episódios seguintes serão lançados semanalmente, todas as terças. 

Por Luana Aires*
Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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