O filme “Emília Pérez”, indicado em 13 categorias ao Oscar, e considerado “rival” do brasileiro “Ainda estou aqui”, chega finalmente aos cinemas do Distrito Federal.
O longa está com a divulgação sob polêmica depois de declarações da atriz Karla Gascón. A crítica especializada dividiu-se sobre as qualidades da obra dirigida pelo cinesta francês Jacques Audiard.
O filme segue a advogada Rita (Zoe Saldana), que vê uma vida melhor a partir da proposta de um chefe de cartel, conhecido como Manitas.
Ele pede a ela ajuda para trocar de sexo e sumir do mapa.
Manitas se identifica como mulher e sempre se sentiu como se estivesse no corpo errado.
Após anos construindo a identidade de Emilia Pérez (Karla Sofia Gascón), ela sente falta da família e pede ajuda a Rita para reencontrá-los.
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Sensibilização
O filme te prende desde o começo a partir da história dos personagens.
A comoção ocorre principalmente com a história de redenção de Emilia. Apesar disso, o filme de ficção acompanha várias críticas.
Como ele retrata o país
Uma das maiores críticas a esse filme é o modo de como ele retrata o México, de uma forma marginalizada, como se o narcotráfico fosse única coisa que existe no país.
O diretor francês disse em uma entrevista a BBC que chegou a ir ao México, para procurar lugares para as gravações, mas que as ruas que ele via, não eram as mesmas que ele havia imaginado.
É importante destacar que apesar do filme se passar no México, não foi gravado lá, nem representa o país na premiação.
Emilia Pérez foi gravado na França e a representa nos prêmios.
Em um post no X (antigo Twitter) o roteirista mexicano Hector Guillén mandou uma mensagem à academia que o México odeia Emilia Pérez, já que seria um filme racista, eurocêntrico.
“Quase 500 mil mortos e a França decide fazer um musical, sem mexicanos no elenco ou na produção”
Falta de atrizes mexicanas
Internautas reclamam da falsa representatividade mexicana, com apenas uma atriz mexicana, Adriana Paz, que aparece no final do filme como Epifania, e Selena Gomez, que interpreta Jessi, esposa de Manitas, mas que nasceu e cresceu nos Estados Unidos, a atriz tem descendência mexicana e teve que reaprender espanhol para interpretar a personagem.
Já a atriz Karla Gascón é espanhola, mas já atuou na TV mexicana e Zoe Saldanha também é dos EUA, mas tem descendência dominicana.
Em entrevista à BBC, a diretora de elenco Carla Hool afirma que foram feitas audições no México, depois foram abertas para os Estados Unidos.
Ela afirma que Audiard olhava para todos da mesma forma e queria as melhores atrizes para os papéis, que foram Selena Gomez, Zoe Saldanha e Karla Gascón.
A rivalidade entre Emilia Perez e Ainda estou aqui
No Oscar o filme concorre com Ainda estou aqui nas três categorias, em melhor filme estrangeiro, representando a França, e não o México.
E em melhor atriz principal, sendo que quando você assiste ao filme consegue perceber que Rita parece mais ser a atriz principal do que a Emilia, mas é Karla Gascón a indicada.
Também está em Melhor filme, com outros grandes nomes como A substância, Duna 2 e Wicked.
O filme Emilia Perez é um forte concorrente para Ainda estou aqui, ele já acumula mais de 90 prêmios, pois apesar do México odiar o filme, como o roteirista Hector Guillén disse, os acadêmicos gostam bastante dele.
O filme estreia no Brasil em 6 de fevereiro de 2025.
Por Isabela Domanico
A repórter assistiu ao filme a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira