Apesar de estigmatizada como vandalismo, a arte do grafite se tornou na capital do país uma linguagem própria e ativista, usada para expressar opiniões e colorir as grandes metrópoles.
“Ou era arte ou crime, escolhi a arte.”
Em outubro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.996, que reconhece o grafite como manifestação artística brasileira.
Para Elom, artista de Brasília, o grafite carrega uma responsabilidade social inegável
“Não é só fazer uma coisinha bonitinha… é a responsabilidade social na quebrada.”

Seu primeiro contato com a arte foi no Espaço Cultural Quarentão, onde encontrou refúgio para escapar do perigo.
“A motivação era a seguinte: ou era arte ou crime. Escolhi a arte.”
Museu a céu aberto
Além de trazer beleza e singularidade aos ambientes urbanos, o grafite muda a maneira como as pessoas se relacionam com a cidade.
Segundo Didi Colado, grafiteira e diretora de arte no DF, essa expressão tem um grande poder transformador.
“Quando a gente colore, se expressa em palavras, imagens, a gente torna a arte acessível a todos. Passamos a viver num grande museu a céu aberto.”

Outro impacto relevante é a mudança que promove nos espaços urbanos. Para Didi, o grafite também contribui para a preservação desses ambientes.
“Isso é transformador, porque, na ação, quando você está na rua, é muito difícil não chegar alguém que tenha curiosidade de entender os processos, de agradecer aquela transformação naquele lugar. Evita, em alguns lugares, que as pessoas poluam”, explica.
Chega longe
Ao ocupar as ruas, os artistas se tornam referência, provando que é possível mudar a realidade por meio da arte.
“É um momento também de uma criança, de um adolescente, vivenciar a nossa presença e ver que aquilo é possível. Está dentro do coração, da alma, esse impulso para a arte. A gente se torna exemplo de pessoas que têm coragem de acessar a rua e transformar a vida cotidiana de todos.”
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Por Rodrigo Fontão
Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira