Artes marciais: Brasília vai receber a 17º edição do campeonato mundial de Wushu

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Brasília vai receber a décima sétima edição do campeonato mundial de Wushu, a primeira vez que será sediado no Brasil. O evento vai ocorrer entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Foto de João Marcos, por Paulo Renato MacCulloch

O Wushu é uma arte marcial de origem chinesa, que se popularizou no ocidente como “kungfu”. No campeonato vão existir duas modalidades: o Taolu e o Sanda.

O Taolu é uma apresentação performatíca dos movimentos, na qual pode ser apresentada com as mãos livres ou com armas tradicionais da China, como bastões e espadas. Já o Sanda é o combate, individual ou de equipe.

O Brasil marcou presença em de todas as edições do evento, e ao todo somam 26 medalhas, entre elas três de ouro.

Foto de João Marcos e Eduardo, por Paulo Renato MacCulloch


Escola Wushu Olímpico

Em Brasília, uma escola oferece a modalidade de wushu. A ideia nasceu dos professores Amauri Araújo,João Marcos, Edom Ferreira e Eduardo Gonçalves.

Eles decidiram propagar a cultura chinesa na capital, com a Escola Wushu Olímpico (EWO), que está a mais de 15 anos ensinando Wushu e Tai Chi (um estilo meditativo de Kung Fu) para crianças e adultos, no Distrito Federal.

Em 2002, Eduardo decidiu procurar um esporte para praticar, mas ainda não sabia qual. Então o Edom, padrasto de Edu, o apresentou o Kung Fu. O padrasto já praticava a modalidade de Tai Chi, então ele decidiu levar o enteado para fazer uma aula experimental Wushu.

Foto de Eduardo, por Paulo Renato MacCulloch

Quando Edu viu as habilidades adquiridas pelos praticantes e a excelência pedida para cada técnica, o jovem logo se apaixonou pelo esporte. Mas não sabia que o Wushu seria algo tão importante na dele.

“Eu vi uns movimentos bonitos, o que podia ser feito e decidi praticar. O Kung Fu, me deu um norte para eu ser o que sou hoje. Me deu persistência”, conta Eduardo

Foto de Eduardo dando aula, por Paulo Renato MacCulloch

Edu começou a treinar em uma escola na Asa Sul, onde treinou por 8 meses, até a escola fechar. Ele conta que existiam poucas escolas da modalidade em Brasília. “Tinham duas ou três”.

Quando a escola fechou, ele foi treinar em uma escola na Asa Norte, onde conheceu o futuro professor e co-fundador da EWO.

João começou a praticar o Wushu, influenciado pela cultura pop que envolve a arte marcial. Ele teve o primeiro contato com a prática do esporte ainda no colégio.

“O meu primeiro contato foi através dos filmes, principalmente os filmes do Bruce Lee. Mais pra frente um colega meu descobriu que o nosso colégio disponibilizava aulas de Kung Fu no contraturno. Então combinamos de ir lá conhecer, e foi a partir dali tive contato com o Kung Fu”, conta Marcos.

Após cinco anos de treinamento, a escola na qual eles praticavam fechou. Sem escola e sem professor, eles ficaram “órfãos”, como diz Edu. Mesmo assim eles não desistiram de treinar. Os dois se reuniam, pelo menos uma vez na semana, no final do dia em algumas entrequadras para praticar a arte marcial.

Foto de João e Eduardo, por Paulo Renato MacCulloch

“Eu e o professor João a gente ficou com vontade de continuar treinando e a gente treinava em umas entrequadras. Eu, ele e quem quisesse treinar.”

Eles passaram um ano treinando nos gramados, até que em 2008, o padrasto de Eduardo indagou por que eles não ensinavam de Kung Fu. A resposta de Edu foi “Não. A gente só gosta de treinar mesmo”. Mas o padrasto insistiu, e conseguiu um lugar para eles começarem uma escola de Kung Fu.

Foto de João dando aula, por Paulo Renato MacCulloch

Edom conhecia o diretor da escola do Elefante Branco, e apresentou um projeto de aulas de Tai Chi Chuan e Wushu, no período da noite. Elas foram bem recebidas pelo diretor que acatou a ideia e disponibilizou uma quadra no Cief, para que eles realizassem a aula.

No começo eles davam aula para poucos alunos, “um ou dois”, porém Eduardo conta isso com empolgação:
“Muitas vezes dávamos aula para um aluno ou dois alunos. Mas para a gente estava ótimo, porque a gente aproveitava para treinar. Continuamos treinando, evoluindo e organizando, até chegarmos onde estamos hoje.”


Com apenas cinco meses ensinando, os professores decidiram abrir uma escola. Em 2010 eles começaram a Escola Wushu Olímpico.

Foto de Eduardo e João Marcos, por Paulo Renato MacCulloch


Hoje a escola conta com duas unidades, uma na Asa Norte e outra no Jardim Mangueiral, e quatro professores ( Amauri, Edom, Eduardo e João Marcos).

Uma breve explicação sobre o que significa Kung Fu

Os professores me explicaram que o Kung Fu se tornou um termo genérico no ocidente e na realidade Kung Fu é uma expressão que significa trabalho árduo. Ou seja, alguém que dedica um grande esforço para aprender algo, exerce o Kung Fu.

Foto de Eduardo, por Paulo Renato MacCulloch

Então o termo pode se encaixar em tudo que trabalhamos duro para conseguir e não se refere apenas a arte marcial.

“O Kung Fu é o termo que se popularizou no ocidente, mas o Kung Fu não representa apenas a arte marcial. Na China, ele significa trabalho árduo. Uma pessoa que desenvolveu uma certa habilidade em algo a partir da dedicação e esforço. Por exemplo, um bom cozinheiro, que desenvolveu uma técnica, ele exerce um bom Kung Fu. O termo mais correto para se referir a arte marcial é Wushu.” Conta o professor Marcos.

Foto do leão (na cultura chinesa simboliza boa sorte e prosperidade), por Paulo Renato MacCulloch

Por Paulo Renato MacCulloch

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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