Cinco anos após o último título da franquia, Jurassic World: Recomeço estreia nos cinemas no dia 3 de julho com uma fórmula explosiva que mistura ação, aventura, suspense e doses bem equilibradas de humor.
O longa revive o fascínio pelas criaturas pré-históricas, mas com uma nova abordagem: o mundo já não se encanta com dinossauros e isso muda tudo.
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O roteiro parte de uma premissa provocativa: em um futuro onde doenças misteriosas dizimaram boa parte dos dinossauros e o fascínio popular por eles se dissipou, um bilionário inescrupuloso (Rupert Friend) contrata uma mercenária eficiente, Zora (Scarlett Johansson), para liderar uma missão secreta ao lado do pesquisador Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey). O objetivo? Coletar DNA de três espécies colossais da terra, do mar e do ar para desenvolver e patentear medicamentos com valor incalculável.
A missão leva o grupo até uma ilha remota no Suriname, próxima ao Equador, onde se forma uma equipe de pesos pesados: Mahershala Ali interpreta Duncan Kincaid, Ed Skrein surge como o frívolo Atwater, Philippine Velge dá vida à Nina, e Belchior Sylvain é o Lecleir.
Toda a trama se passa em uma ilha que, 30 anos antes, era um laboratório de mutações genéticas e as feras dessa era de experimentos ainda permanecem no lugar.
Agora esquecida e isolada, a ilha se torna o cenário perfeito para nova missão e com novos perigos a serem enfrentados como o dinossauro D-rex.
Scarlett Johansson entrega uma atuação intensa e comovente. Sem exageros, ela comunica o trauma de sua personagem com olhares silenciosos e gestos sutis.
Uma das cenas mais memoráveis é Zora chorando em silêncio diante do oceano sendo um retrato sensível de alguém tentando se reconciliar com a própria humanidade, apesar da violência e das perdas de entes queridos que carrega nas lembranças.
Viagem em família
Paralelamente à missão científica, acompanhamos uma família latina-americana em sua última viagem antes de mudanças definitivas. O “capitão” Reuben Delgado (Manuel Garcia-Rulfo) parte em uma travessia entre Barbados e África do Sul com as filhas Teresa (Luna Blaise), Isabella (Audrina Miranda) e o genro Xavier (David Iacono), por quem nutre uma antipatia.
Um encontro acidental com o Mosassauro (uma criatura marítima com corpo de serpente e barbatanas) muda radicalmente o destino da família e os coloca no mesmo caminho da equipe de Zora.
O encontro entre esses dois núcleos narrativos é bem costurado e adiciona um elemento emocional que equilibra a tensão constante da caçada. A relação familiar se torna um contraponto necessário ao peso moral das decisões de todos envolvidos na missão.

Fotográfia arrebatadora
Jurassic World: Recomeço tem uma fotografia que captura com realismo deslumbrante os cenários tropicais e os movimentos assombrosamente verossímeis dos dinossauros.
A direção de arte evita exageros e abraça o naturalismo, tornando o universo jurássico mais palpável e assustador.
Mais do que uma aventura visual, o filme propõe uma reflexão sobre a extinção, o impacto humano sobre a natureza e os perigos de tentar refazer o passado por ganância.
Em tempos de colapsos ambientais e avanço da biotecnologia, a mensagem é sutil, mas certeira: brincar de Deus tem consequências, e o passado, por mais fascinante que pareça, não deve ser ressuscitado a qualquer custo.
Jurassic World: Recomeço entrega o que promete: entretenimento de alta qualidade, personagens com profundidade e cenas que vão do coração à adrenalina em segundos. É um novo fôlego para a franquia (sem perder o respeito pela nostalgia) e com uma pergunta pulsante: até onde vai o limite da ambição humana?
Serviço:
Data de estreia: 3 de Julho
Direção: Gareth Edwards
Elenco: Scarlett Johansson, Mahershala Ali, Jonathan Bailey, Rupert Friend, Manuel Garia-Rulfo, Luna Blaise, David Lacono, Audrina Miranda, Philippine Velge, Belchior Sylvain e Ed Skrein
Por Danyelle Silva
A repórter assistiu ao filme a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira