Desde segunda-feira (8), 12 mil motoristas de ônibus e cobradores estão em greve. Até às 16h desta terça-feira (9), ao menos um milhão de pessoas que utilizam o transporte continuam prejudicadas. Segundo o Sindicato dos Rodoviários DF (Sittrater), ainda não há data para nova assembleia. Segundo determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), 70% dos ônibus deveriam circular em de pico horário (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 50% no restante do tempo.
De acordo com a assessora de imprensa da Secretaria de Mobilidade Urbana, Aliene Coutinho, fiscais do governo estão concentrados em garagens para observar o descumprimento da liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
De um lado, rodoviários pedem 20% de reajuste salarial e 30% no ticket refeição e plano de saúde familiar. Do outro, as empresas oferecem 8,34% de reajuste nos salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Em casa
A estudante Isabella Soares não foi para a escola. Embora a mãe da aluna possa levá-la de manhã para o plano piloto, o horário da saída não é compatível. “Não posso ir sem saber como vou voltar. Vou continuar em casa até o fim da greve”, conta Isabella.
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) divulgou em nota que a audiência de conciliação entre as partes acontecerá na quarta-feira (10) às 9h30.
Pirata
A greve geral de rodoviários causa transtorno aos moradores do Distrito Federal e, alguns, são obrigados a recorrer ao transporte pirata. Mas nem mesmo estas pessoas estão livres de problema. O meio, ainda que ilegal, está lotado. Elizabete Santos, empregada doméstica, não conseguiu ir ao trabalho ontem (8). “Toda van pirata que passou estava lotada”, relata.
No segundo dia da greve, Elizabete e outras quatro pessoas pagaram R$ 15,00 cada para um vizinho levá-los do Jardins Mangueiral até o Setor Comercial Sul. Como ela trabalha no final da asa sul, teve de pagar mais R$ 15,00. Uma hora antes de finalizar o turno, Elizabete ainda não sabia como voltar para casa. “Ontem voltei com um amigo, hoje ele não pode”, conta desanimada. A saída será pegar o metrô até a rodoviária, esperar uma van pirata que esteja vazia e que vá até o Jardim Botânico, pagar R$ 18 pela corrida de táxi até o Mangueiral. Em um dia, Elizabete gastará R$ 66. “Não posso perder o trabalho, o prejuízo será maior”, finaliza.

Por Fernanda Roza