Saiba como reduzir as chances de picada de escorpião

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O final da temporada de secas no Distrito Federal, com a chegada dos meses de agosto e setembro, traz preocupações quanto à incidência do escorpião amarelo, aponta Fabrício Escarlate, professor de ciências biológicas do Ceub. 

Acidentes com o animal já representam um problema de saúde pública, com mais de 195 mil casos em 2024, dados do Ministério da Saúde. O professor adverte sobre o contato direto com o animal, e aponta estratégias para diminuir os riscos à população mais vulnerável, composta por crianças, idosos e pessoas com problemas imunológicos.

“Geralmente os períodos mais quentes e úmidos são melhores para os escorpiões, o que pode parecer um contrassenso, quando se pensa a situação no DF”, comenta Escarlate.

O biólogo explica que o aumento de incidentes com escorpiões no período da seca do Distrito Federal é causado por maiores temperaturas — eventualmente por decorrência de queimadas — e pela estação coincidir com a temporada de reprodução da espécie. 

E adiciona que os escorpiões independem de parceiros reprodutivos:  “O escorpião amarelo são só fêmeas, não existem machos. Eles se reproduzem por partenogênese, ou seja, as próprias fêmeas produzem ovos que amadurecem, dando origem à outras fêmeas”.

O que fazer em um embate?

“A melhor coisa a se fazer é evitar o risco de contato”, aconselha o especialista, e defende que deixar o escorpião escapar é a melhor forma de evitar incidentes.

Caso o contato seja um risco iminente, a pessoa pode conter um animal com um frasco, sem utilizar as mãos. “São animais lentos, a maioria dos acidentes ocorrem por distração”, explica Escarlate.

E em caso de picada?

De acordo com o especialista, em caso de incidente, o ideal é procurar atendimento médico, principalmente quando crianças, idosos ou pessoas com problemas imunológicos são atingidos.

“Pessoas adultas saudáveis geralmente se restringem à muita dor, e possivelmente febres. De qualquer forma, a recomendação é procurar atendimento médico, levando o animal junto para exame, caso possível”.

O biólogo recomenda que a ferida causada pelo escorpião não seja manuseada, sem mexer na ferradura e sem aplicar gelo. De acordo com Escarlate, o acidentado deve lavar a picada com água e sabão, e aplicar compressa morna em casos de muita dor.

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Como evitar a presença do animal

Os escorpiões são animais sinantrópicos (do grego:  syn-, “junto” + anthro, “humano”), isto é, que se beneficiam das alterações humanas do ambiente, como deposição de resíduos, explica o professor.

Ele sugere que, a melhor forma de evitar a presença do animal, seria manter a casa limpa, livre de entulhos e materiais de obra. “Ambientes com resíduos atraem baratas, lacraias, entre outros organismos que servem de recurso alimentar para escorpiões, os atraindo”, explica.

O especialista destaca que venenos comercializados, anunciados como forma de combate aos escorpiões, são ineficazes. “ O uso de inseticida é inadequado, já diz o nome, é feito para combater insetos, e o escorpião possui fisiologia distinta”, complementa.

Por Artur Maldaner

Imagem: Wikipedia Commons
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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