Período de seca no DF exige atenção redobrada com saúde e atividade física, alertam especialistas

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Durante a metade do ano, o clima no Distrito Federal transforma a rotina da população. Entre maio e setembro, a estiagem traz sol intenso, umidade relativa abaixo do recomendado, aumento das queimadas e um ar seco que castiga desde a vegetação até a saúde respiratória de todos que convivem ou visitam a região.

“O ar está mais particulado pelo excesso de poeira, quando somado às queimadas a qualidade cai drasticamente, elevando os riscos de crises de asma e de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)”, explica o pneumologista Paulo Feitosa.

A paisagem amarelada, muitas vezes comparada à de uma savana, contrasta com os desafios diários de quem enfrenta garganta irritada, pele ressecada e riscos maiores de doenças respiratórias.

Cuidados do dia dia

Durante a seca, o sistema respiratório trabalha em dobro. De acordo com o pneumologista Paulo Feitosa, isso acontece porque o pulmão precisa umidificar o ar antes das trocas gasosas, e o esforço extra pode aumentar a vulnerabilidade às infecções.

Para redução desses impactos, o médico recomenda atenção redobrada à hidratação. “Tomar água ao longo do dia é essencial para manter o bom funcionamento das vias respiratórias”, orienta.

Além disso, o uso de lubrificantes oculares e nasais, assim como a aplicação frequente de soro fisiológico, ajuda a aliviar sintomas de ressecamento comuns nesta época do ano.

Dentro de casa, os umidificadores podem ser aliados, desde que usados de forma correta. A higienização frequente é fundamental para evitar a proliferação de microrganismos. Já em situações de fumaça e poluição intensa, como em períodos de queimadas, o uso de máscaras é recomendado para proteger as vias respiratórias.

Em dias críticos, quando a umidade cai abaixo de 30%, a recomendação é buscar ambientes internos, manter-se hidratado, usar roupas leves e optar por refeições mais saudáveis, priorizando frutas e alimentos leves.

Ajuste dos horários dos treinos

Para os que mantêm uma rotina intensa de treinos, o período de seca acende um sinal de alerta. O esforço físico, junto com a baixa umidade do ar registrada nesse período, pode levar à desidratação, queda de rendimento, tontura e, em casos mais severos, até mesmo desmaios.

O educador físico Alexandre Duarte destaca a importância de ajustar os horários dos treinos. Segundo ele, o horário ideal para a prática de exercícios é pela manhã ou no período da noite, quando as temperaturas estão mais amenas. 

“É importante evitar os horários de pico de calor durante o dia. No meio da tarde, depois das 11h até as 15h, é quando mais faz calor. Por isso, é melhor priorizar os treinos pela manhã ou à noite”, explica.

Ainda de acordo com o professor, a hidratação deve ser reforçada nos períodos de secura intensa. O ideal é aumentar o consumo de água durante o treino e também ao longo do dia, variando de acordo com a atividade realizada.

“A dica é aumentar o consumo de água dentro do período de treino e também durante o restante do dia. Se for um treino de musculação, aproveite os intervalos entre as séries para tomar um gole de água. Se for um treino mais intenso, como o pedal, por exemplo, leve sempre uma garrafinha extra”, orienta.

Outro ponto importante que merece atenção são os sinais de desidratação que o corpo pode apresentar. O principal é a sede intensa, acompanhada de boca seca.

Além disso, a pessoa pode sentir tontura, indicando um estágio mais avançado de desidratação. Náuseas e fraqueza também são comuns em alguns casos, por isso a hidratação ao longo do dia se torna indispensável durante o período de estiagem.

Por Rodrigo Fontão e Tariq Marie Alves

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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