
O cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho disse, nesta sexta, após a exibição do filme “O Agente Secreto” na abertura do Festival de Cinema de Brasília, que houve justiça na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Diante dos crimes que Bolsonaro cometeu, não só ele, mas todo um grupo ao redor dele, isso é justiça. E existem provas irrefutáveis sobre o que eles fizeram. É muito importante que o brasileiro entenda isso”, afirma.
O diretor destaca também a forma como o Brasil é observado no exterior. “Eu estava agora nos Estados Unidos e lá o país está sendo visto como exemplo, não só em conduta política, mas também quanto ao apoio à cultura do cinema. Isso é muito importante”.
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Em entrevista à Agência Ceub, Kleber destacou a importância do festival e ressaltou a tradição e o impacto do evento na cena cultural.
“O Festival de Brasília é uma âncora do cinema no Brasil inteiro e também do cinema feito no Distrito Federal. Conheci grandes artistas aqui. É muito bom que, com 60 anos de estrada, o festival siga forte, com patrocínio, público, imprensa e a academia, mostrando a importância que tem”.

A expectativa em torno do filme protagonizado por Wagner Moura também foi tema da coletiva.
O ator, segundo Mendonça, entrega a melhor atuação da carreira.
“É difícil dizer isso, porque ele tem uma lista extensa de grandes papéis no cinema, no teatro e na televisão. Mas acredito que este seja o melhor. É um filme extremamente brasileiro e ao mesmo tempo universal, que fala sobre nossa história e sobre a capacidade que temos de esquecer. O Brasil sofre de uma espécie de amnésia autoaplicada”, diz.
Descrita como uma obra eletrizante e carregada de suspense, mas também de amor, a produção já figura em listas da Revista Variety e do Hollywood Reporter, que colocam Moura entre os nomes mais cotados para uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. “Fico muito feliz por ele, porque é um artista incrível e uma grande pessoa”, completa o diretor.
O festival tem programação até o dia 20 de setembro, e segue como espaço de resistência, memória e renovação do cinema brasileiro.
Por João Pedro Carvalho
Supervisão: Luiz Cláudio Ferreira