Somente dois clubes do DF já conquistaram títulos nacionais na história

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Com a conquista da Série D pelo Barra-SC no último fim de semana, o clube catarinense entrou na lista dos clubes campeões nacionais.

Desde 1959, quando a Taça Brasil inaugurou os torneios do tipo, 74 clubes diferentes já levantaram taças em competições organizadas pela CBF. Mas um dado chama atenção: do Distrito Federal, apenas Gama e Brasiliense já atingiram o feito.

Em mais de seis décadas de futebol nacional, o DF soma apenas três títulos, todos em divisões de acesso. Apesar do peso das camisas e da força local, poucos clubes do Planalto Central conseguiram brilhar fora dos limites do Candangão.

Foto: Banco de imagens/Agência CEUB

Gama: o pioneiro da elite

O Gama foi o primeiro a alcançar o topo. Em 1998, o clube venceu a Série B do Campeonato Brasileiro e garantiu o acesso à elite do Campeonato Brasileiro. Comandado por Vágner Benazzi, o time superou o Londrina por 3 a 0 no Mané Garrincha e fez o torcedor do DF sonhar alto.

A campanha teve nomes marcantes, como o meia Rodrigo Beckham, e colocou Brasília no mapa do futebol nacional. O título também abriu caminho para a melhor fase da história do Gama, que disputou a Série A em1999 e 2001.

Mas o sucesso na elite não durou. O clube enfrentou crises financeiras e mudanças de gestão que interromperam o crescimento. Nos anos seguintes, o Gama oscilou entre divisões e viu a distância para os grandes centros aumentar. Ainda assim, o troféu de 1998 segue como um marco: o primeiro do DF em nível nacional.

Foto: Banco de imagens/Agência CEUB

Brasiliense: rápida ascensão

Pouco tempo depois, o Brasiliense seguiu os passos do maior rival e viveu um início de trajetória impressionante. Fundado em 2000, o Jacaré conquistou a Série C em 2002 e, no mesmo ano, surpreendeu o país ao chegar à final da Copa do Brasil. O time venceu gigantes como Fluminense e Atlético-MG, mas perdeu o título para o Corinthians.

Dois anos mais tarde, em 2004, veio a consagração: o Brasiliense levantou a taça da Série B e garantiu o retorno do DF à elite do futebol brasileiro. Comandado por Edinho, o elenco tinha nomes experientes e uma torcida que lotava o Serejão (Boca do Jacaré), em Taguatinga.

No entanto, o ritmo de crescimento não se manteve. O clube perdeu espaço com o tempo, enfrentou problemas internos e, nos anos seguintes, alternou campanhas modestas nas divisões inferiores. Ainda assim, as conquistas de 2002 e 2004 consolidaram o Brasiliense como o time mais vitorioso do DF em competições nacionais.

Foto: Banco de imagens/Agência CEUB

Quase conquistas

Enquanto Gama e Brasiliense viveram momentos de glória, outros clubes do DF chegaram perto, mas não conseguiram erguer troféus. O Ceilândia é um dos exemplos mais recentes. O time participou de várias edições da Série D e alcançou as oitavas de final em 2016, 2017, 2023 e em 2025, eliminado inclusive para o Barra-SC, ficando a poucos jogos do acesso.

O Sobradinho, por sua vez, disputou a Série A do Brasileiro em 1986, quando o campeonato tinha formato ampliado, e também participou de outras divisões nas décadas seguintes. Já o Taguatinga teve presença em torneios nacionais durante os anos 1980 e 1990, mas sem campanhas de destaque.

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Esses casos mostram que o DF tem clubes competitivos, mas falta continuidade. Muitos projetos começam bem, mas esbarram em limitações financeiras, gestões curtas e falta de calendário após o fim do Candangão.

Problemas conhecidos

As razões para o baixo número de títulos são conhecidas. O calendário reduzido é um dos maiores obstáculos: os clubes jogam poucos meses por ano e ficam sem competição nacional por longos períodos. Isso dificulta manter elencos e patrocinadores.

Outro fator é a estrutura. Enquanto clubes de estados vizinhos, como Goiás e Mato Grosso, criaram centros de treinamento modernos e categorias de base produtivas, o DF ainda sofre com projetos interrompidos e pouca renovação de atletas locais.

Além disso, a gestão instável e a falta de patrocínios sólidos atrapalham o planejamento. O futebol candango ainda depende de esforços pontuais para aparecer no cenário nacional.

Por Mateus Péres
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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