O comandante da 3ª Divisão do Exército (sede em Santa Maria-RS), general-de-divisão José Carlos Cardoso, disse que o corte do orçamento das Forças Armadas pelo governo federal já representa reflexos nas atividades militares. No entanto, ele não detalhou as possíveis restrições econômicas. O oficial responsável pelas brigadas do Sul do país, contudo, afirmou que o objetivo da Força é preservar a formação e o investimento no efetivo, que é de aproximadamente 19 mil militares. “As demais atividades serão dimensionadas para o que for disponibilizado”, defendeu Cardoso.
Subordinado a ele, o comandante da 6ª brigada de infantaria blindada, general Benvenutti Castro, entretanto, disse que a unidade que fica na mesma cidade ainda não sentiu o impacto da crise econômica. O militar alegou que todos os exercícios são planejados e previstos pelo Exército e, por isso, são garantidos pelo Comando. A 6ª brigada é a organização militar destinada, por exemplo, a avaliar, simular e treinar os militares para cenários de batalha.
Investimento na educação
O general Cardoso disse que é importante capacitar os militares para a segurança do país. “Se não tivermos interesse em proteger, não há dúvidas de que outros interesses para aumentar o poder político e econômico vão aparecer. É necessário que cada país tenha capacidade de preservar a soberania”.
De acordo com o oficial, o trabalho desenvolvido em Santa Maria e a parceria com as universidades são fundamentais para a produção tecnológica e intelectual do país.
A 3ª divisão conta com 2.345 viaturas não blindadas – consideradas leves – e 881 veículos blindados. De acordo com o general Cardoso, existe tecnologia para que sejam desenvolvidos e produzidos tanques de guerra na cidade de Santa Maria.
Desminagem
O general Cardoso já havia trabalhado anteriormente com desativação de minas em contexto de guerra civil na fronteira do Peru e Equador. Segundo o comandante, ainda há participação do Brasil, principalmente, da área de engenharia em alguns países. O militar disse que a América do Sul não é uma área de risco de minas, exceto em locais com movimentos revolucionários. De acordo com o comandante, o país do continente sul-americano mais afetado por essa prática é a Colômbia.
Por Jade Abreu – Enviada especial a Santa Maria (RS)
* A Agência de Notícias UniCEUB viajou a convite do Exército Brasileiro