O sábado começou com velocidade máxima no Autódromo Internacional Nelson Piquet; o primeiro grupo entrou na pista para definir as posições iniciais do grid na etapa de Brasília. A sessão foi marcada por voltas intensas, margens apertadas e pole inesperada.
Nelson Piquet Jr. em pista. Foto Maria Eduarda Barros
A primeira parte da classificação deste sábado na Stock Car foi marcada por intensidade e interrupções. Divididos em dois grupos, cada um com 10 minutos de pista, os pilotos aceleraram para garantir um lugar à frente.
No primeiro grupo, minutos após o começo da sessão, a direção de prova acionou a bandeira vermelha, mas a sessão continuou logo em seguida, sem necessidade de paralisação prolongada.
Entre os eliminados do primeiro grupo estão Allan Khodair, piloto da equipe Blau Motorsport, eliminado após sofrer uma bandeira vermelha, e Enzo Elias, piloto brasiliense da equipe Scuderia Bandeiras que está em terceiro no campeonato, eliminados na fase inicial da qualificação, enquanto Felipe Fraga ,piloto da equipe RC Eurofarma, assegurou um forte desempenho como demonstrado nos treinos livres de sexta-feira, ficando em segundo lugar.
No segundo grupo, Kohl, piloto da equipe Wokin Garra Racing, chegou a liderar a tabela de tempos com Piquet Jr figurando logo atrás.
A vantagem, porém, durou pouco: Felipe Baptista, piloto da equipe Car Racing KTF, encaixou uma volta mais rápida, cerca de 1:58.165, e assumiu a liderança na parte final da sessão.
Durante a atividade, Júlio Campos, piloto da equipe RC Eurofarma, recebeu uma advertência por realizar aquecimento de pneus ainda na saída dos boxes, procedimento não permitido pela direção de provas.
Na segunda qualificação, enquanto a maior parte do grid registrava tempos na casa de 1min59s, Felipe Massa, piloto da equipe TMG Racing, conseguiu avançar na tabela com uma volta de 1min58s, assumindo momentaneamente a liderança da sessão. Até então, Suzuki, que havia sido o mais rápido do primeiro grupo da qualificação um, apareceu na zona de eliminação.
A disputa ficou ainda mais intensa nos minutos finais. Piquet Jr, Scuderia Bandeiras II, saltou para a primeira posição quando restava menos de um minuto para o segundo lugar, com Massa ocupando a terceira posição.
Nos instantes finais, Nelson Piquet Jr confirmou o melhor tempo, 1min58s395, e garantiu a vaga na qualificação três, enquanto Suzuki, TMG Racing, caiu para oitavo e Di Mauro, piloto da equipe RC Eurofarma, que está em segundo no campeonato de pilotos acabou sendo eliminado.
A qualificação três reuniu os oito pilotos restantes para a definição da pole position. Salas abriu a sessão na liderança, enquanto Felipe Fraga, piloto da equipe RC Eurofarma e atual líder do campeonato, iniciou os treinos na sexta posição.
Felipe Fraga em pista. Foto: Maria Eduarda Barros
Pouco tempo depois, Felipe Massa, piloto da equipe TMG Racing, assumiu a liderança ao registrar o melhor tempo da fase, mas teve sua volta anulada por track limits (limite de pista) na curva zero. Massa voltou à pista e marcou 1min57s872.
A disputa seguiu intensa: Suzuki subiu para terceiro, enquanto Baptista também perdeu suas voltas um e dois por limite de pista na curva zero. Massa voltou à pista e marcou 1min57s872, retomando momentaneamente a ponta. Na sequência, o piloto brasiliense Lucas Foresti também perdeu sua volta por exceder os limites de pista na curva um.
No final da sessão a Pole Position ficou com o Nelson Piquet Jr, que marcou 1min57s657 garantindo a primeira posição no grid. Fraga encerrou a sessão em terceiro lugar, com Salas assegurando a segunda posição.
A pole do Piquet Jr ganha ainda mais peso por ter sido conquistada justamente no autódromo que leva o nome do pai Nelson Piquet, ex-piloto de Fórmula 1.
Com o melhor tempo na qualificação três, 1min57s657, Nelson Piquet Jr conquistou a pole position do GP BRB e recebeu no pódio o Troféu Pole Position Snapdragon, reconhecimento oficial ao mais rápido da classificação.
Nelson Piquet Jr. no podium pela pole position. Foto: Maria Eduarda Barros
Em entrevista Nelson Piquet Jr explicou que a classificação foi ainda mais desafiadora porque praticamente não houve tempo de pista no dia anterior. “A gente não treinou, então não sabia exatamente o que ajustar. Trabalhamos com a referência dos outros três pilotos da equipe, mas nossos quatro carros são divididos entre duas montadoras, o que já muda bastante o acerto. No fim das contas, tivemos só um carro como base e fomos muito no feeling.”
Mesmo assim, ele conseguiu extrair o máximo do equipamento. “O carro não estava perfeito na classificação, mas eu dei tudo nessas voltas e acabou encaixando.”
Ele destacou ainda a complexidade do Autódromo Internacional Nelson Piquet. “É a maior pista do Brasil. Muita gente acha que Interlagos é maior, mas aqui tem mais de um quilômeto a mais. Para ter uma ideia, em Interlagos se vira 1:30, 1:29; aqui estamos virando 1:58. Isso mostra o tamanho e a dificuldade.”
A extensão da pista torna quase impossível acertar cada trecho com precisão milimétrica. “É muito difícil encaixar todas as curvas e retas e fazer a volta perfeita. A gente até fala que volta perfeita não existe. A minha não foi perfeita, mas na classificação fui quem chegou mais perto.”
Por Riânia Melo
Fotos: Maria Eduarda Barros
Supervisão de Luiz Cláudio Ferreira
