7 de setembro: faces da Marcha dos Excluídos

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Pelo menos mil pessoas, segundo organizadores, participaram da 21ª Marcha dos Excluídos, em Brasília, neste 7 de setembro. A manifestação se contrapôs ao desfile tradicional e aconteceu na faixa paralela àquele das Esplanada dos Ministérios. Neste ano, tapumes de metal separaram a via. O evento reuniu grupos ligados aos direitos de sem-terra, sem-teto, negros, mulheres, comunidade LGBT e índios. Ao menos 200 policiais militares acompanharam o evento, segundo o coronel Adriano Meireles, comandante da tropa. Ele informou que a presença dos efetivo tinha o objetivo de evitar a filtração de outros grupos na marcha.

Confira abaixo vídeos e entrevistas:

A socióloga Guacira Lopes, 55 anos, criticou os policiais na marcha.”A presença é pacífica, não nos ameaça, mas tem que ser respeitosa diante da nossa manifestação”, afirmou.

 

A estudante Jéssica Mota, de 25 anos, faz parte do Levante Popular da Juventude e disse que a pauta principal foi a reforma constituinte. “Quem deveria estar nos representando não está. As mulheres são minoria no Congresso Nacional”, observou.

Jardes tem 27 anos e faz parte do Movimento Nacional pela Soberania Popular frente à Mineração. Ele explicou que o Movimento defende o controle do povo brasileiro sobre os bens naturais da mineração. “De ano em ano, já que as nossas pautas não são atendidas, a gente vem pra rua”, contou. Mas, segundo ele, a pauta coletiva da marcha incluiu a não redução da maioridade penal, reforma constituinte e não financiamento privado de campanhas.

Nei Zavaski, 33 anos, faz parte da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e destacou que a principal causa defendida foi a reforma agrária. “A base da democracia do nosso país é a luta pelo direito dos trabalhadores”, declarou. Segundo Nei, o MST é constituído por mais de 1 milhão de famílias no Brasil.

Maria Antônia, 65 anos, é aposentada e ressaltou que a participação na Marcha foi para lutar, em especial, pela causa indígena. “No Mato Grosso do Sul os índios estão sendo atacados por latifundiários e suas cabanas estão sendo queimadas”, contou. Ela tem a expectativa que atitudes sejam tomadas. “Espero que o Governo não se omita”, afirmou.

Everton Rodrigues de Oliveira, 28 anos, é professor e explicou que, na marcha, defendeu principalmente a reforma agrária. Ele contou que participa das Marchas dos Excluídos desde 2005 em Goiânia, e neste ano, pela primeira vez, frequentou o protesto em Brasília.

Clementina, 27 anos, assistente social, é contra os cortes dos direitos sociais. “A nossa pauta principal hoje é contra o estatuto da família e do nascituro”, informou.

Com a Marcha e a Esplanada lotada, juntamente a um calor de 31ºC  e 27% de umidade, vendedoras aproveitam para ganhar dinheiro vendendo água. A ambulante Rita falou sobre as vendas:

Enquanto os grupos manifestavam com muita música e reivindicações, a Esquadrilha da Fumaça se apresentava no céu de Brasília.

A Marcha era composta por 48 organizações, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento de Luta pela Terra (MLT). Integrantes do movimento, no entanto, não conseguiram passar pela barreira da polícia próxima ao Palácio do Itamaraty. Por causa do acesso restrito, a manifestação chegou ao fim de forma pacífica distante do Congresso Nacional.

Confira todos os vídeos da marcha na nossa playlist no youtube:

Por Daniella Bazzi, Júlia Campos e Alexandra Caldas.
Foto e vídeos: Daniella Bazzi

 

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