Especialistas em gastronomia no DF têm se preocupado cada vez mais em incluir no menu pratos para quem tem alergias ou restrições alimentares. O professor Henrique Salsano aponta o desconhecimento da culinária em relação à adaptação da alimentação para as pessoas com restrições alimentares, mas afirmou também que estudos estão sendo feitos nessa área. “Temos uma formação gastronômica com base francesa. Substituições de alimentos para a adaptação dos intolerantes a algo é um estudo muito novo ainda”, explicou.
O professor acrescentou a necessidade de inserir nos cursos de gastronomia uma visão que englobe receitas alternativas. “Deixamos um pouco a alimentação de lado, terceirizamos a comida, ou para indústria, ou para o self service da esquina. Estamos engatinhando ainda nestas receitas alternativas e continuamos usando produtos tradicionalmente utilizados desde a pré-história”, contou Salsano.
Preocupado com o próprio contexto social desta “terceirização” da alimentação, o educador teme os diagnósticos dos médicos para as pessoas que saem, tão corriqueiramente, sobre as restrições alimentares. “Temos que ver se a intolerância a lactose e ao glúten de fato são isso, ou são consequências desta industrialização alimentícia presente no nosso dia-a-dia. Precisamos voltar com o costume de cozinhar, conhecer os alimentos como os vegetais para evitarmos essa consequência”, finalizou.
Prato da oficina
A oficina aconteceu no congresso estudantil do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e nele foi ensinado pratos que possuem o salsão como ingrediente principal. Segundo o professor, o ingrediente costuma ser deixado de lado e acaba sempre utilizado apenas para aromatizar peças de carne. “Quis colocar ele como o foco das atenções agora”, brincou.
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Por João Victor Bachilli