A dedicação, segundo o brasiliense João Pedro Batista, é fundamental para alcançar aquilo que se deseja. Aos 17 anos de idade, ele se tornou campeão mundial de cubo mágico. Apesar de ser considerado, por muitos, uma atividade de distração e de incrível dificuldade, para Batista, se tornou algo simples e de glória. Segundo ele, a errada interpretação de dedicação é algo desapontador. ”O que me deixa mais chateado é que muitas pessoas, mesmo depois deu tentar explicar que não é tão difícil de resolver e que existem métodos pra se chegar a solução e que qualquer pessoa seria capaz, não se convencem e continuam achando algo “sobrenatural””, disse. Ainda segundo ele, as pessoas precisam acreditar em suas capacidades. “Acho uma pena, principalmente por isso ser um pensamento recorrente, não só no cubo, como em qualquer área, as pessoas não acreditam em suas capacidades.”, afirmou.
Para ele, a maior mudança na vida, após o titulo, foi o da confiança. “É essa visão que eu levo pra vida e que, provavelmente, foi a coisa mais importante que mudou na minha após ser campeão mundial”. Ele se sente orgulhoso por conseguir aquilo que ele tanto almejou. “Uma coisa eu posso dizer e que sinto orgulho, é que se eu fui campeão mundial em resolver o cubo mágico em menos movimentos (uma das modalidades que preza mais pelo raciocínio lógico), foi por ter me dedicado muito a isso”, completou.
A rotina de treinamentos sempre foi focada nessa visão do atleta. “Eu nunca tive uma exata rotina também, minha rotina sempre foi me dedicar o máximo que desse no meu tempo livre”, lembra. Ele sempre focava em resolveu o cubo com menos movimentos. “A minha modalidade principal era Fewest Moves. o que eu fazia quando treinava era tentar sempre estudar minhas soluções e novas técnicas, e também estudar as soluções de pessoas que eram melhores do que eu”, explica. Ele não tinha técnico, mas contou com a ajuda de outro campeão. “Diego Meneghetti, recordista brasileiro em resolver o cubo mágico vendado, que me ajudava muito quando eu comecei. Basicamente a base de tudo que eu aprendi foi com ele. Ele que foi me ensinando”, relatou.
Hoje, depois do título mundial, os treinamentos cessaram. “Depois de ser campeão mundial, minha motivação, por não ter muito mais que pudesse ser alcançado, acabou tendo um fim. Esse foi o limite pra mim, desde então eu não treino mais”, contou. Além disso, a rotina conta com outro jogo. “Eu gosto muito de sair com meus amigos, ver filmes em geral, ir no cinema de vez em quando e também de jogar alguns jogos de mesa/tabuleiro. Ultimamente eu também venho tentando me dedicar mais ao xadrez, ainda tenho muito a aprender, mas espero ficar realmente bom daqui alguns anos”, complementou.
A categoria
No cubo mágico existem basicamente 3 tipos de “categorias” que é possível enquadrar as modalidades: speed que seria montar o mais rápido possível, Blindfolded que seria montar o mais rápido de olhos vendados e Fewest mores que seria encontrar a solução com o mínimo de movimentos possíveis. Cada categoria envolve diferentes habilidades, enquanto speed mediria uma boa coordenação e um raciocínio rápido, Blindfolded já envolveria mais ter uma boa memória e Fewest moves ter um bom raciocínio e ser bem observador. Vale ressaltar que Todas essas habilidades podem ser adquiridas com o treino.
O Brasil sediou, em julho de 2015, o campeonato Mundial de Cubo Mágico e reservou emoções para um brasileiro. João Pedro Batista foi campeão na modalidade Fewest Moves. Nessa modalidade, o importante é o número de movimentos, não importando o tempo em que o atleta finaliza o cubo. Na final, cada um tem três oportunidades, sendo, fator máximo, a média dessas chances. No caso de Batista, seus números foram 25, 25, 26. E, como se não bastasse só o título, ele ainda quebrou o recorde Sul-americano da categoria, com uma média de 25,67.
Por Gabriel Lima