Bombeiros alertam sobre riscos de fogos

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As festas de fim de ano são sempre marcadas por shows de fogos de artifícios. Mas por trás do show há riscos e diversos cuidados que devem ser tomados.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), uma em cada 10 pessoas que se acidentam em virtude do uso de fogos acaba tendo membros amputados, especialmente dedos. Além das mutilações, as explosões causadas por seu manuseio incorreto podem provocar também lesões de córnea, perda de visão, danos no tímpano e surdez. As principais vítimas são homens com idade entre 15 e 50 anos, e crianças de quatro a 14 anos.
O principal motivo da alta incidência de queimaduras e outras lesões provocadas por fogos de artifício, de acordo com a SBCM, são a imprudência e a falta de informação.

 

Lojas

Amauri Buani, 46 anos, é proprietário de uma loja de fogos de artifícios e eventos em Brasília há 15 anos. Ele contou que não há um perfil predominante de comprador em sua loja. “Todos os tipos, de crianças à senhoras de idade”.
O proprietário explicou que na loja os vendedores são técnicos em explosivo. “É como se fosse uma farmácia, que sempre tem um farmacêutico”, comparou. Amauri relatou que sempre os compradores são questionados sobre o espaço disposto para uma indicação segura e adequada de quais fogos deve comprar. “Todas as indicações de como utilizar, apoio, calçamento, manuseio, conexões entre outras, são dadas no momento da venda”.
Ele ressaltou sobre as normas seguidas, em que o nome e os produtos comprados são registrados para abatimento do estoque e controle da polícia e bombeiros. Além disso, ele explanou que os cuidados variam de acordo com o local e tipo de fogos. Mas as principais precauções indicadas pelo Corpo de Bombeiros são:

1. Prefira as queimas de fogos públicas, que são realizadas por profissionais.;
2. Compre fogos de artifício somente em lojas especializadas e credenciadas. Os clandestinos não trazem orientações do fabricante na embalagem, geralmente não são testados e são vendidos de forma avulsa;
3. Escolha sempre os fogos menos explosivos e de fácil manuseio, e confira o certificado de garantia;
4. Sigas as dicas do fabricante e peça orientações de como proceder no momento da compra;
5. Nunca deixe as crianças soltarem os fogos;
6. Nunca faça experiências, modifique ou tente fazer seus próprios fogos de artifício;
7. Evite segurá-los com as mãos. Compre artefatos que venham com a base para encaixar no suporte dos fogos de artifício, para que seja possível colocar no chão;
8. Se os fogos falharem, não tente reaproveitá-los;
9. Tenha sempre um recipiente de água por perto para colocar os foguetes já usados, ou aqueles que falharam, para não haver riscos de novas explosões;
10. Em caso de show pirotécnico, contrate um profissional especializado;
11. Nunca manuseie os artefatos sob efeito de álcool;
12. Evite guardá-los em casa: é como possuir uma bomba prestes a explodir. Se decidir mesmo assim mantê-los para uso futuro, deixe-os em um local seco e longe de fogões, isqueiros e do acesso a fumantes;
13. 30 a 50 metros: Esta é a distância segura (de pessoas, edificações e carros) para explodir os fogos com segurança. Dispare os fogos somente ao ar livre, um de cada vez, e veja se não há substâncias inflamáveis ou redes elétricas nas proximidades.

Buani comenta que nesta época do ano as vendas aumentam em 50%. “Vamos fazer os shows da Esplanada e no Pontão do lago Sul”. Mas em relação à mesma época, este ano houve queda em comparação aos últimos anos. “É a crise financeira”, justificou.

Amauri ao centro - Foto por Daniella Bazzi

 

Números
Levantamento feito no Sistema DataSUS do Ministério da Saúde mostra que, nos últimos 15 anos, foram cerca de 8,5 mil internações e mais de 120 mortes no país em decorrência de queimaduras causadas por fogos de artifício. Do total de mortes registradas, mais de 20% das vítimas eram crianças entre zero e 14 anos. Somente entre janeiro de 2008 e outubro de 2013, foram 39 mortes e 2.757 internações no Brasil para tratamento de queimaduras causadas pelo manuseio incorreto desses artefatos, sendo 55 delas no Rio Grande do Sul.
Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), nas duas últimas décadas, foram registrados 122 óbitos por acidentes com fogos de artifícios, sendo 48 mortes no nordeste, 41 no sudeste, 21 no sul, 12 vítimas fatais no norte e centro-oeste. E, apesar de ser proibido o manuseio de fogos de artifício por menores de 18 anos, o levantamento da SBOT constatou que 23,8% dos acidentados estão nessa faixa etária.

 

Segurança
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) explica como deve-se proceder em casos de acidentes:
— Interrompa o efeito do calor utilizando água fria corrente. Não use água gelada;
— Cubra a área queimada com gazes molhadas em soro fisiológico ou com um pano limpo e úmido. Mantenha o curativo molhado usando recipientes de soro ou água limpa até levar a vítima ao hospital;
— Nunca perfure as bolhas de qualquer queimadura;
— Nunca use em queimaduras itens como creme dental, pó de café, clara de ovo, manteiga, óleo de cozinha, banha ou folhas de trigo;
— Se as roupas pegarem fogo, deite-se e role no chão até o fogo apagar, ou utilize um cobertor ou pano grosso para abafar o fogo. Não corra;
— Em caso de acidentes mais graves, os bombeiros podem ser acionados pelo telefone 193.

 

Por Daniella Bazzi

Foto destaque: Markel Saez – Creative Commons

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