1,6 mil famílias de S. Luzia: medo de ficar sem chão

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O futuro ainda é incerto para os moradores da Chácara Santa Luzia, na Cidade Estrutural. Ameaçados pela possibilidade de derrubada das casas a qualquer momento, os moradores se queixam de falta de informações e estão preocupados com o destino. “Se me tirarem daqui, não tenho para onde ir”, disse a dona de casa Maria de Lúcia, de 48 anos.

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O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), confirma que estuda fazer uma operação de retirada de todas as construções irregulares da região, que é de preservação ambiental do Parque Nacional de Brasília. Segundo a agência, 1,6 mil famílias serão retiradas do local. No entanto, o governo ainda não sabe para onde levar os moradores.

O morador Marcelo de Souza, de 31 anos, vive no lugar desde 2008. Ele conta que, após a operação de remoção de 100 edificações irregulares, ocorrida no dia 1º de março, a Associação de Moradores de Santa Luzia se reuniu para discutir o futuro das famílias. “Ela (associação) está aqui para trabalhar e ajudar a comunidade, mas esperamos uma resposta do Governo para nossa situação”. Segundo ele, o governo não tem a estimativa correta do número de moradores. “O governo diz que são 1,6 mil famílias, mas, no levantamento da associação, são 4 mil cadastradas”, contesta. Maria de Lúcia, 48 anos, se mudou há 8 meses para lugar.

Outra moradora, Rosa Maria da Paz também está preocupada com os dados. “A gente precisa saber quantos pessoas vivem aqui exatamente, quanto mais melhor. Nós, moradores, vamos nos unir e lutar pelos nossos direitos, porque não é por força nem violência que se vence, e sim pela lei”, disse a moradora

Segundo a Agefis, as prioridades são as áreas de proteção ambiental e públicas. O calendário não foi divulgado por questão de segurança. Sobre o futuro das famílias, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), informou que estuda medidas para que seja feita essa realocação, mas ainda não tem datas e locais definidos.

Sem energia

As condições da região são precárias. A começar pela situação das ruas, que não são pavimentadas. O lixo e poeira fazem parte da rotina dos moradores. O abastecimento de água é improvisado e só chega a alguns barracos. Segundo Marcelo Souza, a rede elétrica é o principal problema. “Faltava energia constantemente, mas depois que colocaram um transformador, a situação melhorou um pouco”. Além disso, os fios expostos colocam os moradores em risco. Em outubro do ano passado, um incêndio destruiu ao menos 25 barracos de madeira na região. As causas não foram divulgadas.
Por Diego Schueng e Ana Carolina Alves

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