10 senadores de comissão respondem por crimes

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Dez senadores da comissão que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff respondem por suspeita ou são indiciados de crimes. A comissão é formada de 21 senadores titulares e 21 suplentes. Os dados são dos sites “Excelências.org”, “Às Claras” e “Transparência Brasil”. Pelos dados extraídos nos bancos de dados, um total de 48 senadores responde a ações na Justiça por crimes variados, que vão de corrupção a assassinato.

Confira quais são as acusações e como eles explicam

Um deles é Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), alvo da Operação Lava Jato. A Polícia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), já até cumpriu mandato de busca e apreensão na casa do senador. Contatado, o gabinete do parlamentar declarou que o senador se encontra à disposição para esclarecimentos às autoridades. Além disso, Fernando Coelho teve uma investigação acerca de um crime de responsabilidade arquivada por conta de ausência de elementos que justificassem a continuidade da investigação.

Outro é o senador Wellington Fagundes (PR-MT) . Ele afirma que o inquérito de peculato contra ele não foi concluído pelo Ministério Público Federal (MPF), mesmo com quase quatro anos de investigação. O parlamentar espera convocação da Justiça para a defesa pessoal e diz não ter relação com o que é investigado.

Senador pelo Partido Progressista, Gladson Cameli (PP-AC) também é alvo da Operação Lava Jato. A assessoria informou que “Cameli nunca foi citado nominalmente em qualquer denúncia. Até este momento, o senador está na condição de investigado e já prestou todos os esclarecimentos à Justiça necessários para a elucidação de todos os fatos”. O senador do PP também teve processo de investigação por conduzir embriagado suspenso após um acordo. Cameli realiza pagamento de prestação pecuniária a entidade assistencial pelo prazo de dois anos, conforme proposta do Ministério Público Federal (MPF), e com o fim do pagamento o inquérito será definitivamente encerrado e arquivado.

Zezé Perrella, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-MG), teve a prestação de contas referente às eleições de 2006 reprovada, e é acusado por improbidade administrativa por dano às finanças públicas em ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais. Ele já foi condenado por outra ação de improbidade administrativa movida pelo MPF à suspensão dos direitos políticos por três anos e a pagamento de multa por ocupação ilegal de apartamentos funcionais, entre outros. Ao ligar no gabinete de Perrella, o representante, que se identificou como Fonseca, afirmou que o senador não iria comentar sobre os inquéritos. “É tudo coisa antiga, é provocação, coisa política”, disse, por telefone.

Simone Tebet (PMDB-MS) possui inquéritos por crimes de responsabilidade e é alvo de ação civil de improbidade administrativa com dano ao erário. A assessoria informou que os processos são da época em que ela foi prefeita da cidade de Três Lagoas (MS) e foram encaminhados ao Supremo quando ela virou senadora devido ao foro privilegiado. A assessora Raquel Madeira disse ainda que “A Senadora Simone Tebet não é ré em qualquer ação do STF. Havia um inquérito extinto pela prescrição, reconhecida de ofício pelo Ministro Relator, e outro tratando de fatos semelhantes, que também está apenas aguardando o reconhecimento da prescrição”.

Dário Berger (PMDB-SC) é o campeão em processos, com 12 inquéritos variados (maioria envolve irregularidades administrativas), réu em 13 ações movidas pelo Ministério Público de ações por improbidade administrativa e em duas ações por dano ambiental. Por meio de sua assessoria, o senador disse que “Nunca fui condenado em nenhum processo impetrado contra mim. Pelo contrário, são constantes as absolvições que respaldam a correção da minha trajetória política e administrativa, apesar das investidas dos meus adversários, que inclusive na esfera judicial jamais conseguiram me atribuir enriquecimento ilícito ou qualquer desvio de verba pública para proveito próprio ou alheio. Reitero que não há condenação judicial alguma ligada à minha pessoa”.

 

Passe o mouse sobre os ícones próximos as fotos para conhecer as ações de cada senador:

A reportagem entrou em contato com as assessorias dos demais quatro senadores envolvidos em processos judiciais que compõem a comissão: Gleisi Hoffman (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Entretanto, não responderam até o momento de publicação da matéria.

 

Por Daniella Bazzi e Vinícius Brandão

Arte: Camila Campos

Colaboradores: Lucas Valença, Bruna Maury, Ana Carolina Bianchini, Giovana Marques, Pedro Henrique de Almeida.  

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