Caco e Sakamoto defendem jornalismo cidadão

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Ao longo de 21 anos de regime militar o jornalismo brasileiro sofreu diversas agressões, expressas por meio da censura e da tortura à jornalistas. Contudo, a democracia foi conquistada sendo necessário reafirmar a função do ofício de informar. Para os jornalistas Caco Barcellos (TV Globo) e Leonardo Sakamoto (ONG Repórter Brasil) , a profissão deve ter por missão defender a cidadania e ser mais vigilante com o conteúdo que divulga.

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Caco Barcellos acredita ser indispensável, para a profissão, contar histórias que sejam relevantes e de alto “valor público” independente da realidade econômica e social. Mas é preciso evitar o sensacionalismo. “Eu tento mostrar que é possível fazer um jornalismo comprometido, não com as autoridades, mas um jornalismo que respeite a grande autoridade que é o cidadão comum, especialmente quando é um brasileiro que não possui seus direitos respeitados”.

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“Estado é ausente”, diz Sakamoto

 Sakamoto entende que o ofício não se restringe a simples circulação da informação, mas à necessidade de conectar diferentes grupos da sociedade para reduzir desigualdades. “O jornalismo ao informar e ao garantir que a informação circule eficientemente na sociedade, ele contribui para o fortalecimento dos laços na sociedade”, explica.

Segundo Sakamoto, o jornalismo é um dos principais instrumentos para a efetivação da democracia no país, porém o risco de ser jornalista no Brasil não desapareceu com o fim dos “anos de chumbo”. “Eu acredito que esse risco deve ser combatido, mas o Estado brasileiro muitas vezes é ausente ao garantir a efetivação dos direitos da liberdade de imprensa e da comunicação”, lamenta.

Comprometimento

Caco Barcellos, que é um dos principais nomes do jornalismo investigativo brasileiro, autor de livros como “Rota 66” e “Abusado”, defende que esse tipo de apuração não necessariamente demanda uma alta cifra de recursos, mas “muitos” preferem fazer um jornalismo focado nas áreas economicamente mais favorecidas, um jornalismo mais “cordial”. “O jornalismo investigativo, custa e não custa. Tudo depende do repórter de decidir fazer seu trabalho comprometido, ou não, com as histórias mais sensíveis, mesmo com muita gente interessado em não permitir que se conte uma determinada história”.

Por Lucas Valença

 

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