A eleição presidencial mais concorrida desde a redemocratização dividiu o país e colocou em campos opostos amigos e até famílias. Nas redes sociais, as opiniões diversas deram um tom de guerra em um cenário de desunião. Laços fortes foram rompidos por duras ofensas dita no âmbito da internet.
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O sociólogo Rogério Giugliano, acredita que as pessoas podem se sentir ofendidas por diversos motivos e que isso é muito mais um problema coletivo em relação ao tipo de argumentação que se teve e a forma como o embate ocorreu. Segundo ele parecia muito mais uma briga de torcidas do que propriamente um debate “Pessoas formam grupos em que elas parecem combater umas as outras e a fala dos outros soam como de inimigos e não de adversário”.
A psicóloga Amalia Perez diz que se for pensar em processo agressivo o primeiros deles já foi na própria eleição, entre os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves. A partir do momento que se entra no contexto da provocação é natural do ser humano se sentir incomodado e aquecer o conflito. Para a especialista, o problema é que realmente as pessoas têm dificuldades em aceitar uma opinião divergente “É muito mais fácil eu estar em um discurso que seja mais homogêneo, ou seja todo mundo pensando da mesma maneira”
Para os especialistas, é possível restabelecer laços desfeitos no período eleitoral. A antropóloga Flor Marlene, acredita que com o passar do tempo tudo voltará ao normal, já que as pessoas esquecem rapidamente questões importantes como a politica. Para ela as redes sociais se tornaram um modelo de civilização do espetáculo porque os indivíduos falam o que querem e perdem o respeito pela opinião do outro, o que torna o discurso banalizado e superficial “Estamos meio que desorientados, não lemos jornais com matérias e opiniões que levem a essa formação da nossa mentalidade politica, nos somos cegos políticos, e deveríamos ter essa preocupação”.
O sociólogo Rogério Giugliano acrescenta que a juventude teve uma parcela importante nessas eleições, pois acompanharam pelas redes sociais. Mas, a professora Flor Marlene ressalta que falta um conteúdo político para argumentar contra ou a favor de um determinado candidato na atual conjuntura politica contemporânea do Brasil. Enfim, pode ser momento de declarar a paz, pedir desculpas e expor de forma mais serena as posições. Para eles, o interesse pela política não deve terminar com as eleições. Mas, sem guerra.
Por Júlia Campos