Nesta terça-feira (26) é comemorado o dia da igualdade feminina dentro das corporações militares ( FAB, PM, Corpo de Bombeiros e Exército Brasileiro). Conhecido por ser majoritariamente masculinas, o efetivo feminino quase dobrou nos últimos cinco anos, como, por exemplo, no Corpo de Bombeiros, que passou de 5% para 10% . Apesar do preconceito que enfrentaram no início do trabalho, a renovação acontece devido à luta de profissionais da área, mas de acordo com elas, ainda há muito mais para se lutar.
Para a Coronel Hilda Ferreira Silva, aluna da primeira turma de formação de soldados de 1983, da Polícia Militar o preconceito está “diminuindo”. Atualmente, o poder de uma ordem feminina é tão importante quanto a de um homem dentro da policia militar. Para ela, até há cinco anos a população e as corporações ainda tratavam o efetivo feminina de forma diferente, o que não acontece atualmente.
“A nossa importância é que vamos adquirindo nosso espaço com o decorrer dos anos e com o nosso trabalho”, disse Hilda, que conta que há mulheres trabalhando em todas as áreas da polícia militar.
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A Tenente-Coronel Kênia Maria Tibúrcio de Araújo, da Força Aérea Brasileira (FAB), fala sobre sua experiência, que apesar de dizer que não sofreu preconceitos, teve muitas dificuldades por ser mulher: “Contornei as dificuldades provando, por meio do meu trabalho, que sou tão capaz como qualquer militar”.
No caso das aviadoras, o cargo pode chegar ao maior da instituição, de Tenente-Brigadeiro do Ar. Para Kênia, a presença feminina se torna indispensável para o desenvolvimento da FAB, “ A mulher tem um outro olhar, é mais criteriosa, exigente, responsável e extremamente comprometida” .
Sem diferenças
No Exército Brasileiro, o treinamento físico é igual para mulheres e homens na escola de formação, de acordo com a Major Sylvia Lúcia Rey de Jesus. Além disso, elas passam por um período de formação militar com o mesmo tipo de treinamento físico e instrução que os homens.
“Acredito que a importância não seja só dentro do exército. Hoje temos um cenário em que as mulheres se sobressaem em todos os setores. Então é mais do que nunca necessário ter a presença feminina”, comenta a major. Para ela, as mulheres estão em condições de concorrer profissionalmente, e de atuar como qualquer outra pessoa.
E no Exército ainda há uma novidade: A academia de Militar as Agulhas Negras vai começar a aceitar mulheres na área combatente até 2017 por uma decisão presidencial.
Dificuldades
De acordo com a Major Ester dos Santos do Corpo de Bombeiros , no início da participação de mulheres no efetivo teve muita resistência por causa da novidade daquela prática. “Principalmente da mulher ser inserida no contexto bem masculino, tudo era muito difícil”, comenta.
Para ela, apesar do crescimento de efetivo ter dobrado em apenas 5 anos, ainda há muito para batalhar, pois a quantidade de mulheres prestando esse tipo de serviço ainda é pouco. Na corporação, há apenas 10% de mulheres em comparação a quantidade de homens. “Mas ainda é um número muito ínfimo, mas estamos buscando para que a mulher realmente ocupe mais cargos e mais funções dentro do corpo de bombeiros”, acrescenta.
Por Deborah Fortuna