Os onze mil quilômetros de fronteira Amazônica sofrem constantemente com os desafios e ameaças de interesse externo e falta de segurança. O subchefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia (CMA), Daniel Vianna Peres, alega que a instituição cumpre tarefas que seriam de outras instituições. Segundo ele, a Polícia Federal (PF), por exemplo, seria responsável pelo patrulhamento das fronteiras, entretanto não tem condições de realizá-la sozinha.
De acordo com o Coronel, em momentos que outras “esferas” nacionais não conseguem suprir suas demandas, é o Exército que realiza esse trabalho. Mesmo um dos itens fundamentais do Exército sendo o apoio do desenvolvimento nacional e da defesa civil, o militar afirma que essa tarefa atrapalha seus reais objetivos. “No momento em que você faz apoio a alguma coisa que você não está destinado constitucionalmente a fazer, você está desviando sua atividade para uma atividade subsidiária”, afirmou. O oficial destaca também a pequena atuação do IBAMA (preservação da fauna e flora) e da FUNAI (em defesa dos direitos dos índios).
Para Vianna Peres, a solução desse problema é a criação de um órgão que tenha a competência especifica de estabelecer um posto à região que fosse necessária, já que para ele a região Amazônica tem um problema logístico difícil de estabelecer um núcleo que ofereça serviços básicos.
Mesmo com tantas afirmações de que o Exército atende uma demanda que não deveria ser inteiramente dele, o Coronel finaliza que esse trabalho será realizado independente de ser acompanhado do trabalho de outras Forças. “Faz parte justamente do apoio ao desenvolvimento social”, conclui.
Por Thais Martins e Karla Pereira – enviadas especiais a Manaus
Foto: Paulo Stefanini