Mídia reflete democracia “frágil”, dizem pesquisadores

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A crise política, que é protagonista das rodas de conversas no Brasil e também dos noticiários, conferiu visibilidade às fragilidades das coberturas jornalísticas da imprensa no país. Essa é a opinião de professores de comunicação Pedro Russi e Mariana Martins. Aliás, para a pesquisadora, esse ponto deve ser considerado importante para estudo. “A vantagem da crise econômica pela qual o Brasil passa foi revelar os problemas da mídia brasileira”. Segundo ela, a forma como a mídia no país tem comunicado a situação política e econômica revelou as desvantagens de haver um monopólio midiático.

Integrante do coletivo Intervozes, Mariana Martins defendeu o que ela descreve como democratização da comunicação. “A mídia no Brasil reflete muito bem a fragilidade da nossa própria democracia”, antes de continuar a explicação sobre as origens da mídia no país.

Segundo a palestrante, o órgão que regula a comunicação e decide as concessões midiáticas é o Congresso Nacional, que tem aproximadamente 20% das cadeiras ocupadas por representantes da mídia. É por isso que não existe uma democracia na comunicação brasileira. Quem decide o espaço principal são os próprios privilegiados.

A professora criticou como a comunicação teve início na década de 1960, com as empresas privadas. Ela se manteve assim, mesmo que grande parte do financiamento ao setor seja público. Inclusive, o espaço conhecido como canal de exibição televisivo é público e apenas uma concessão para empresas privadas, as quais são renovadas automaticamente. 

Pensar colonizado

No mesmo caminho de raciocínio, o professor Pedro Russi disse que existe uma colonização na forma de pensar na América Latina. Ele propôs que, para se ter uma verdadeira comunicação alternativa, seria preciso todo um pensar alternativo.

Para isso, sugere dar valor às culturas linguísticas, que remeteriam a origens diferentes das europeias para o Brasil. De acordo com ele, o mapa-múndi conhecido, que tem como centro uma origem cultural eurocêntrica, é um retrato desta questão. As populações são educadas para pensar de forma colonizada, com valorização da separação de pessoas diferentes.


Por Vinícius Brandão

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