O baixista da banda mineira Pato Fu, Ricardo Koctus, de 46 anos, começou a carreira em 1992. Ele conta que os integrantes do grupo se conheceram quando trabalhavam em uma loja de instrumentos. Tanto tempo de união artística tem um segredo: “Brigar muito”, brincou Ricardo Koctus.
Ele reconhece que a convivência é algo difícil, ainda mais depois de tanto tempo juntos. “A gente briga, discute, fica de mal. Essas coisas acontecem normalmente”. Mas o baixista afirma que outro caminho é de saber dialogar . “Nos respeitamos muito, e temos a música como pivô da nossa história, mesmo com o gosto diferente”. Saber separar a amizade com o trabalho, segundo Koctus, é uma luta diária, base para a união da banda.
Outro detalhe é o fato da vocalista Fernanda Takai e John Ulhoa serem casados. “Temos um casal, que seria mais difícil, mas que se tornou, no caso do pato Fu, uma forma fácil, pois eles separam bem isso, levando para dentro da banda apenas o que é da banda”.
O baixista afirma que não é possível definir a banda com um só gênero. “As nossas estranhezas e algumas esquisitices que a gente coloca no nosso som trazem um ar underground. Mas acho que o Pato Fu se encaixa bem no universo pop rock”. A banda já conquistou prêmios como o Video Music Awards da MTV Brasil, Disco de Ouro e participaram do terceiro Rock In Rio em 2001.
Em tanto tempo de história, a banda já foi longe: Inglaterra, Japão, Portugal, Estados Unidos… “É uma banda com quase 24 anos que rodou relativamente bem, levando em conta que não é uma banda de rádio”. Koctus acredita que o grande resultado em shows se deve à mistura no reportório: desde músicas novas a álbuns antigos que marcaram a banda e releituras. Koctus relembrou os shows em Brasília como “excelentes” A cidade é tida pelo músico como referência do rock. “Na nossa carreira, parada em Brasília é obrigatória”.

Música de brinquedo
Após ouvir músicas do desenho Snoopy, John Ulhoa, integrante da banda, inspirou-se a fazer músicas com brinquedos. Um projeto para crianças, que buscava atingir a emoção do adulto: canções com significados fortes e brinquedos como instrumentos. “A gente que é pai, só ficar em casa ouvindo o Teletubbies, é difícil. A ideia era atingir o público adulto e infantil, algo que pudesse unir a família”, reforçou. O baixista já adianta que há planos em produzir o segundo álbum do “Música de Brinquedo”.
Por Daniella Bazzi
Fotos: Página Oficial Pato Fu