Uma polêmica tomou conta das salas de aula, usar as tecnologias ou não para o aprendizado. O Ministério da Educação, por exemplo, fechou um acordo com uma loja virtual que vai fornecer 232 livros didáticos via internet, que vão atender cerca de 600 mil professores do ensino médio de escolas públicas brasileiras. Os livros serão convertidos para a plataforma digital para serem usados em tablets. O professor e doutor em informática e educação, Lúcio Teles, acredita que as novas tecnologias aliadas à educação, contribuem para o aprendizado, desde que haja um preparo para estudantes e professores.
Algumas escolas do Distrito Federal já substituíram os livros didáticos por tablets. Os professores nem sempre são a favor da troca, pois os aparelhos utilizados desviam o foco das aulas, já que os alunos dividem a atenção com outros assuntos. Teles explica que é necessário que os professores sejam preparados e se adaptem para que desenvolvam maneiras de prender a atenção do aluno para o conteúdo apresentado e saibam lidar com a nova situação que estará cada vez mais presente em sala de aula. Os alunos também precisam ser orientados para que não façam mau uso dos aparelhos. Só a escola disponibilizar a estrutura não é suficiente “Não adianta ter uma infraestrutura que favoreça as tecnologias se não sabem usá-la”.
O professor Eli Guimarães dá aulas em uma escola que utiliza tablets em sala há três anos e afirma que os alunos são mais distraídos sem o uso deste aparelho, pois usam os celulares, que a seu ver são piores. “Eles se distraem quando a aula não tá boa, ou conteúdo desinteressante, mas isso são posturas individuais, não causadas pela tecnologia”. Também diz que o professor precisa prender a atenção dos alunos, circulando mais pela sala e pedindo para que pesquisem os assuntos da aula.
As novas tecnologias digitais da comunicação podem ser aliadas dos estudos, pois oferecem acesso ilimitado a informações para pesquisas de conteúdos educativos. Além disso, os usuários das redes podem compartilhar informações importantes por meio de blogs e redes sociais. Na era em que as pessoas estão cada vez mais ocupadas, os celulares que já funcionam como uma espécie de computador e permitem o acesso a diversos conteúdos em diferentes lugares, como na fila de um banco por exemplo. Outra vantagem é quando um aluno falta aula, mas pode achar na internet, facilmente, o conteúdo que perdeu.
Também há quem seja contra ao crescente uso dessas tecnologias pela dificuldade de controlar o conteúdo que as crianças acessam e o tempo que passam online. Para o doutor, essa questão pode ser resolvida quando os pais orientam e ajudam os filhos a encontrarem sites que sejam úteis para seu aprendizado. Não devem proibir este acesso que pode trazer muitos benefícios, se usado de forma adequada. Ainda assim, ele alerta para que os responsáveis controlem o tempo de acesso, para evitarem uma possível dependência dessa tecnologia.
A estudante Luísa Braga, de 16 anos diz que a maioria dos alunos usa mais os tablets para entrar em redes sociais que para assistir as aulas. Ela é contra o uso dos aparelhos quando não se trata de trabalhos ou sem a autorização do professor, já que o estudante pode se distrair. “Sempre vai haver um momento de relaxamento da atenção que vai distrair o aluno”.
Por Karla Pereira e Jade Abreu – Agência de Notícias UniCEUB
