A riqueza do painel está no resultado. A omissão do poder público em diversos momentos históricos contribui para o baixo nível de bem estar social da população e as consequências são os desastres e o caos na mobilidade urbana. O Painel 3 reuniu autoridades no assunto sobre o uso e a ocupação do solo. O geógrafo Aldo Paviani, da UnB, o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, a urbanista Alexandra Reschke, e o secretario da Defesa Civil do Distrito Federal, coronel Luiz Ribeiro.
Cada um dos panelistas ressaltou a necessidade da gestão urbana para a qualidade de vida dos moradores. Aldo Paviani insistiu na necessidade de Brasília realizar um planejamento urbano que não obstrua o ir e vir nas ruas e que leve serviços e renda para as cidades do entorno de Brasília. O secretário de Defesa Civil do Distrito Federal aponta que a ocupação irregular do solo só faz aumentar as áreas de risco e a vulnerabilidade das famílias e que as histórias de alagamentos, enxurradas e mortes vão se repetir continuadamente. A urbanista Alexandra ressalta que o poder público precisa estar presente para regularizar a presença de populações em áreas de várzea, em unidades de conservação e em terras indígenas. E o presidente do ICMBio destaca que o uso e a ocupação do solo no Brasil ainda tem por base uma política setorizada, que não leva em conta a capacidade dos serviços ecossistêmicos e que não enxerga o território como um todo.
Ao lado da ausência do poder público, o geógrafo Aldo Paviani lembrou que a especulação imobiliária, em Brasília, gerou grilagem e empurrou a população para uma favelização. “É preciso buscar a inclusão”, disse ele enfatizando que Brasília está cercada por um cinturão de pobreza. Alexandra Reschke lembrou que a especulação imobiliária também já chegou às terras da União que estão na faixa costeira brasileira. O Painel 3 teve como mediador o jornalista André Trigueiro que comentou que o jornalismo dá a sua contribuição para alertar e denunciar os problemas, dizendo que “o jornalismo pode muito mas não pode tudo”.
Por Mônica Prado – Agência de Notícias UniCEUB