Após uma hora de espera na fila, Gildenor Araújo, de 48 anos, estava impaciente e aflito para rever Renato Russo, o grande ídolo. “Estou aqui há uma hora e só andei 500 metros”, afirmou. E o shows já estava prestes a começar enquanto parte do público ainda estava do lado de fora do estádio. Alguns até tentaram furar fila, mas após muita gritaria e reclamações, um segurança da empresa contratada quis conter os mais exaltados. A resposta dada não foi nem um pouco educada. “Se vocês estão achando ruim, metam a porrada neles e acaba logo com isso”, declarou.
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O show Renato Russo Sinfônico, que ocorreu no Estádio Nacional Mané Garrincha, foi uma homenagem ao vocalista da banda Legião Urbana, Renato Russo. No último show feito na capital, em 1988, a má estrutura e a falta de organização fizeram com que o músico deixasse o palco. Quem presenciou o fato estava de volta, 25 anos depois, com uma melhor expectativa “A Orquestra Sinfônica vai unir o rock ao clássico”, afirmou Gildenor, antes de entrar no show.
O estacionamento também foi alvo das reclamações do público. Giovanni Santin, 29 anos, desaprovou a organização do evento. “Está tudo muito bagunçado. No estacionamento, por exemplo, tinha carros na contra mão. As pessoas não sabiam para onde ir”, reclamou.
Mas o público estava realmente ansioso para assistir ao show. Lia Santin, 34 anos, é fã do Legião Urbana e sempre acompanhou o grupo durante a carreira. “Nunca assisti a um show do Renato, mas sempre fui fã do trabalho dele. Não vejo a hora de vê-lo no holograma”, disse. Jovens e adolescentes, que não chegaram a conhecer Renato Russo, também aguardavam ansiosamente o show. Um deles é a estudante Ana Cecília, 20 anos. “Estou curiosa para ver o holograma do Renato. Ele é um grande ídolo”, contou a estudante.
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O show começou sem atraso. Mas com apenas 30 minutos de duração, as apresentações foram interrompidas por problemas técnicos. O público, eufórico, respondeu com vaias. Apesar de todas as reclamações do lado de fora do estádio, o público se emocionou a cada apresentação. O vocalista da banda Natiruts, Alexandre Carlo, fez os fãs cantarem um dos maiores sucessos do Legião: Faroeste Caboclo.
Zizi e Luiza Possi, mãe e filha, contagiaram a plateia ao cantarem juntas a canção Pais e Filhos. Ivete Sangalo, Ellen Oléria, Zélia Duncan e Jerry Adriani também fizeram o público cantar junto
A grande hora chegou: era a vez de Renato Russo, através de um holograma, subir ao palco e, ao lado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, se apresentar ao fãs. Mas o momento mais esperado por todos não atendeu às expectativas. Aqueles que estavam na arquibancada, por exemplo, não conseguiram enxergar o ídolo. “Holograma? Não vi. Só uma imagem pequenininha no palco”, revelou a professora Marcela da Silva, 42 anos, ao sair do show. Contudo, o show agradou e emocionou grande parte do público, que cantou, pulou, dançou e c
horou ao som de Renato Russo.
Por Dayane dos Santos e Gabriela Echenique – Agência de Notícias UniCEUB
Foto: Eliane Discacciati – Divulgação