A cidade Santa Maria (DF), a 30 km de Brasília, vive um conflito no transporte interno. Segundo dados da Cooperativa de Transportes do Distrito Federal (Cootarde), pelo menos 65% da frota de ônibus oferecida não têm condições de uso, com isso, carros que transportam ilegalmente são comuns na região. Os veículos de integração do BRT ajudam um pouco, mas cobram o dobro da tarifa. Os passageiros que precisam desse serviço público para se locomover dentro da cidade reclamam desta situação e pedem soluções para este transtorno.
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A maioria dos passageiros entrevistados tem a opinião de que o transporte interno é insuficiente e precisa de melhorias. Para eles, o governo só se preocupou com os BRTs que levam para fora da cidade e se esqueceram de dar condições para aqueles que querem apenas se locomover pela região. O vigilante Marcio Rafael aponta que existe uma desigualdade na atenção em cada cidade e um favorecimento das que são mais perto do plano. “Se tivesse uma forma de igualar as coisas, tipo tirar de um lugar e colocar em outro” completou o vigilante.
Pesquisa
Segundo dados da Codeplan de julho deste ano, 62,93% da população utilizam o transporte público para ir ao trabalho, em vista que 28,71% são empregados na própria cidade. Duas empresas estão autorizadas a prestarem o serviço de ônibus em Santa Maria, mas com poucos investimentos e descaso do governo elas perdem para o transporte pirata. De acordo com o fiscal da Cootarde, Marcio Rodrigues, a fiscalização para o transporte ilegal é ineficiente e a falta de manutenção da frota das duas empresas aflige a continuidade do serviço. “A gente rodava com 35, hoje somos 20. A Coopatag tinha 45, mas agora roda as vezes com cinco ou oito” afirma o fiscal. Se os ônibus não forem trocados até o final do ano, as duas empresas perdem a licitação.
Já os piratas afirmam que se não fossem eles o transporte dentro da cidade não funcionaria. Um motorista que se identificou como Osvaldo diz que já foi pego duas vezes, mas disse que é fácil driblar a fiscalização. “As empresas só querem saber de botar o dinheiro no bolso. Com o tempo que eles estão aí já dava para trocar esses ônibus”, disse.
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“O mais rápido”
A equipe de reportagem fez um teste para saber qual meio levaria menos tempo de um local ao outro. Percorrendo uma distância de cinco quilômetros, do shopping até o hospital regional de Santa Maria, o transporte pirata demorou dois minutos para chegar à parada e seis minutos até o destino. O micro ônibus da Coopatag levou 16 minutos até parada e 11 minutos para chegar ao hospital.
Por Gabriel Dias e João Paulo Florêncio