A Nova Cena: documentário mostra o cenário musical das novas bandas de rock de Brasília

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Muito se fala da música produzida na capital federal. Grandes nomes como Legião Urbana, Capital Inicial e Raimundos vieram do quadradinho. A novidade é que, agora, nomes como Scalene, Dona Cislene, Trampa, Etno, O Tarot e muitos outros assumem a responsabilidade de representar o “rock da capital”. O movimento cresceu, as bandas ganharam visibilidade e chegaram ao cinema. Um grupo de quatro amigos (Gabriel Meneses, Gabriela Cardoso, Daniel Noronha e Jéssica Cardoso) formou a equipe “d’A Nova Cena”, que deu vida ao documentário homônimo sobre os novos artistas que fazem rock em Brasília.

Confira um trecho do trailer do filme “A Nova Cena”

Dirigido por Gabriela Cardoso e Gabriel Menezes, o filme realizou 19 entrevistas com músicos, roadies, técnicos de som, jornalistas e fotógrafos da cidade. A ideia era mostrar, além dos músicos e compositores, as pessoas responsáveis por fazer “a roda girar por debaixo dos panos” da produção musical local. “Nosso objetivo é apresentar em âmbito nacional o novo rock de Brasília, mostrando uma nova geração que tem sensibilidade e atitude para representar a vertente musical mais revolucionária de todos os tempos.”, explica Gabriela.

O filme foi produzido de forma independente. Ao enfrentar problemas com equipamentos e financiamento, as parcerias com amigos de produtoras de audiovisual foram a saída. “Foi também durante as dificuldades de produção que construímos grandes parcerias”, explica Gabriel Menezes. Além disso, eles compartilham que a fé e a paixão pela música da cidade natal dos quatro cinegrafistas foi a maior motivação para ir até o fim com o longa-metragem.

Para o editor Daniel Noronha, acompanhar o crescimento da Scalene e outras bandas fez com que o seu empenho em mostrar a grandiosidade do rock da capital se transformasse em uma missão. “As referências para as músicas daqui são repetitivas: Legião Urbana, Capital Inicial, etc. A imagem de Brasília para o público precisava se renovar, as pessoas têm que conhecer o som que é produzido na atualidade”, explica o editor.

“É o começo de um movimento musical”

Lucas Gemelli, guitarrista e acordeonista da banda O Tarot, foi dos entrevistados do filme. Para ele, Brasília é mais do que nunca um “celeiro de artistas”. Segundo o músico, a tendência é que a cidade se torne um centro de referência da música nacional devido à grande quantidade de artistas presentes com trabalhos de alto nível técnico. “O pólo musical tende a ficar aqui”, confirma.

Gemelli participou do show de lançamento do filme no último final de semana. Ele compartilha que a experiência “foi honrosa” e declarou que se sente muito orgulhoso de participar dessa nova geração de músicos. “É o começo de um movimento musical. [esse movimento] vai ser algo bem grande”, profetiza.

Confira o clipe de Meridiana da banda “O Tarot”

Outro entrevistado foi o baixista da banda Adriah, Cid Moraes, de 43 anos. Ele explica que os músicos de hoje, em comparação com os da década de 1980, são muito mais unidos e focados em uma causa: crescer juntos. “Eu vejo que, realmente, a cena tá muito mais forte e resistente do que na década de 80”, e acrescenta, “a galera quer que todo mundo vá junto”.

Inclusive, segundo o baixista, o documentário é importante justamente por mostrar toda a aliança que existe entre os músicos, técnicos de som, fotógrafos e outros trabalhadores que mexem com música. “O documentário mostra o fortalecimento dos músicos. É para mostrar que o rock de brasília está mais vivo do que nunca”, finaliza.

Confira clipe da música “Whatever she says”, da Adriah

Cid concorda com o guitarrista Lucas a respeito da capital voltar a ser um pólo musical. Segundo ele, é uma questão de tempo até a música de Brasília se espalhar para o resto do país e se tornar um patrimônio cultural forte e respeitado. “As pessoas voltaram a ter interesse na gente”, explica. Lucas acredita que nos próximos anos, o “celeiro artístico do Distrito Federal” vai se solidificar e abrir novas portas para novos músicos na cidade.

Por Bruno Santa Rita

*Sob supervisão de Katrine Boaventura

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