Eles não foram à manifestação contra o governo para protestar na Esplanada dos Ministérios, mas viram na concentração de pessoas uma boa possibilidade complementar a renda. Ambulantes entraram no clima e também mostraram descontentamento principalmente com a economia.
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Para o vendedor de churros José Aparecido (foto), de 36 anos, que trabalha no dia-a-dia em diversos pontos da capital, é explicável a rejeição à presidenta. “Muitas coisas não estão sendo cumpridas da forma que ela prometeu, inclusive eu e minha família, todos do Piauí, votamos nela, mas agora estamos insatisfeitos”.
O porteiro de prédio Antônio Alencar, de 46, aproveitou a manifestação para vender bebidas como ambulante. “Estamos sentindo demais a crise financeira, principalmente a gente, da classe baixa. Ela está mexendo com os que tem muito não, mas pra gente que ganha o minimo aperta”.
Apesar das criticas, Alencar não soube dizer quais soluções seriam positivas para o País e nem quem assumiria no caso de uma retirada na presidência da república. “Sou a favor da derrubada sim. Ninguém sabe quem é que vai pro lugar, mas tem que fazer isso pra ver se melhora, tem que jogar, não da pra ficar assim”.
Lênilda Rosa, de 21, tem uma loja de roupas, mas aproveita eventos para trabalhar como ambulante. “Não sei se tirando a Dilma a situação vai melhorar, porque entra um e sai outro né? Ai não tem como saber”.
Daniela Ferreira, vendedora ambulante autônoma não mostrou muita fé no movimento, apesar de também estar insatisfeita com a situação do país. “A manifestação está pacífica, mas isso não garante nada, não tem efeito nenhum, se fosse igual antigamente que tinha o impeachment, até que teria algum efeito, mas dessa forma ai, não da em nada”. Temos mais pessoas da classe média aqui, mas todos estamos afetados”.
Por Felipe Oliveira