Animais sofrem maus tratos, dizem ativistas

COMPARTILHE ESSA MATÉRIA

Acorrentados, ativistas relacionados à proteção dos animais vão completar uma semana de manifestação em frente ao Centro de Controle de Zoonoses do Distrito Federal. Eles protestam contra o sacrifício de animais que poderiam ser tratados. Nas gaiolas, do lado de dentro, estão os animais recolhidos das ruas ou que foram entregues para serem sacrificados.

A protetora Izabela Cintra, ativista na causa e uma das organizadoras do movimento, contou que o protesto foi motivado, inicialmente, por um vídeo que circulou pelas redes sociais na internet. No material, cães supostamente contaminados por leishmaniose seriam usados como cobaias para treinamento de funcionários sem formação veterinária pela Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival). “Os animais estão sendo machucados e aterrorizados. Eles já sofrem pelo abandono, padecem por estarem doentes e para nós, protetores, isso é frustrante”, disse.

A também ativista Carolina Mourão faz uma espécie de diário no Facebook, em forma de desabafo. “(A direção) proibiu a entrada de ativistas para visitar o canil público. Autorizam somente a entrada de carros que abandonam seus cães. Já entrei em contato com um excelente advogado para obter legalmente o direito de passear com os cães e de visitar todas as dependências onde hajam animais.”

Os ativistas acusam a diretora do centro, Vaneide Pedi, de ser conivente com os maus-tratos e pedem a exoneração dela de todos os cargos comissionados que não possuem formação veterinária.

Estrutura

Uma tenda no valor de R$ 200 foi alugada para abrigar os protetores durante a primeira semana. Como não houve nenhuma resposta em relação às reivindicações, os protetores se organizam para custear o pagamento de mais uma semana da estrutura no CCZ. O mesmo valor será pago e para isso, os ativistas arrecadam dinheiro pelas redes sociais. Dois banheiros químicos também foram instalados no local. Os custos com os equipamentos higiênicos somam mais R$500,00.

Eutanásia

Segundo os ativistas as eutanásias são feitas com pouca ou nenhuma analgesia, o que causa gemidos inexprimíveis de dor nos animais, já que a injeção queima por dentro. “Temos o direito, como sociedade, de ver os animais ‘abrigados’ no centro de zoonoses, incluindo os condenados, da área de isolamento. Sabemos que não há nenhuma doença que ameace ali nossas vidas. Entrei com um pedido legal para passear e visitar todos os recintos.”, disse Carolina Mourão.

Outro lado

A Secretaria de Saúde garantiu que nenhum animal é utilizado como cobaia. Em nota, a assessoria de imprensa do órgão explicou que todos os animais que entram na Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses, ficam em observação e têm amostra sanguínea coletada para a realização do diagnóstico de leishmaniose visceral canina.

A secretaria acrescentou que, de acordo com portaria (nº 1.138/14), publicada no ano passado, atividades como castração em massa, atendimento veterinário público e ações de bem estar e proteção animal não se caracterizam como ações em serviços públicos de saúde e, portanto, não seriam atribuições do SUS.

 

Por Henrique Rufino

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

A Agência de Notícias é um projeto de extensão do curso de Jornalismo com atuação diária de estudantes no desenvolvimento de textos, fotografias, áudio e vídeos com a supervisão de professores dos cursos de comunicação

plugins premium WordPress