Alunos e professores dos Centros de Formação de Condutores do Distrito Federal explicam que o setor precisou se adaptar durante a pandemia do coronavírus. De acordo com Diogo Wellington da Silva, instrutor teórico do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), foram implementadas medidas para evitar a proliferação da covid-19, com o intuito de manter o funcionamento mesmo durante os decretos impostos no DF.
Com isso, o professor sentiu que as mudanças afetaram seu trabalho, porém ele diz ter se adaptado facilmente. “Apesar disso, vejo grandes dificuldades da parte dos alunos ante as formas de adaptações”, afirma o instrutor.
O instrutor explica que as aulas teóricas estão sendo ministradas na modalidade online, em que os alunos acessam com login e senha próprios e são monitorizados pela central: “As aulas são monitoradas pela auditoria da central e são capturadas fotos aleatórias para confirmar que o estudante está presente em sala de aula e caso não esteja, será computado como falta”. Para ele, os alunos não conseguem mais assistir às aulas com tanto interesse, o que pode afetar diretamente no rendimento em sala e nos resultados das provas. Além disso, o professor afirma que o índice de reprovações ao longo deste ano aumentou.
Aulas
Maria Eduarda, de 20 anos, confirma que seu rendimento caiu com as aulas no modelo online. Para ela, fica mais fácil de se dispersar por causa da distância. “Já percebi que tenho mais facilidade de me dispersar em aulas à distância, tendo um ambiente condicionado ao descanso, como a minha casa, possibilita mais ainda isso”, disse a estudante. Ela também reforça que, devido ao modelo de ensino, sente necessidade de fazer mais simulados para ter segurança no dia da realização da prova teórica.
O estudante Joshua, de 21 anos, também afirma que seu rendimento diminuiu. Segundo ele, a interação é ruim e os problemas com a internet e áudio tornam esse processo problemático. “O procedimento por si só é defeituoso, porque o professor não possui total controle e autoridade pela plataforma”. Além disso, o jovem acredita que assistir às aulas em casa colabora com as distrações.
Segundo Diogo, as aulas práticas estão seguindo o protocolo contra a covid-19. Todos os instrutores e alunos devem fazer a higienização com álcool 70% e usar a máscara de proteção facial. Além disso, os veículos passam por assepsia após cada aula.
Valores
Diogo afirma que os Centros de Formação de Condutores não fizeram alterações nos preços, já que a população enfrenta um momento econômico muito conturbado.
“Um aumento poderia acarretar na desistência de muitos na tão sonhada carteira de habilitação”, conclui.
Para Maria Eduarda, foi o melhor momento para começar as aulas, mesmo sabendo que seriam ministradas de maneira virtual. A aluna diz que o momento foi oportuno tanto financeiramente como em questão dos horários.
Serviços digitais
Segundo informações do Detran-DF, os atendimentos presenciais nas unidades são feitos somente com a realização de um pré-agendamento, que pode ser realizado pelo Portal de Serviços ou pelo aplicativo do órgão. Além disso, o Detran também oferece atendimento pelo telefone 154.

Devido à pandemia do coronavírus, as auto-escolas também tiveram de mudar a rotina de aulas práticas e teóricas.
Há cerca de um ano, com o início dos casos aqui no Distrito Federal, a primeira medida tomada foi a suspensão das atividades. Contudo, foram retomadas em meados de agosto, já com as adaptações necessárias.
No decreto publicado em 24 de julho de 2020, foram estabelecidas algumas medidas de segurança para as aulas práticas, como:
1) Ministrar até duas horas de aula para o aluno por veículo, desde que não ultrapasse o limite de 4 alunos na jornada de trabalho;
2) Aula prática deve ser feita com as janelas do veículo abertas;
3) Álcool em gel 70% deverá estar disponível também no interior de cada veículo.

Por Nathália Guimarães e Rayssa Loreen
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira