Banca do Brito: a história do jornaleiro que abre as portas todos os dias desde 1984

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Há 38 anos, José Gonçalves Brito abria pela primeira vez sua banca localizada na SQN 106, na Asa Norte Após ter sido funcionário de um bar na Asa Sul em torno de seus 20 anos, ele decidiu abrir o próprio negócio com a ajuda do irmão mais velho, que já possuía uma banca na 103 Norte. Esse foi o início de uma carreira de sucesso: a banca que sobreviveu à decadência dos jornais impressos e hoje é a queridinha dos idosos, crianças e colecionadores de figurinhas da região.

No começo, Brito, vendia principalmente jornais e brinquedos, como peões, dardos e futebol de botão, e com o passar do tempo foi se adequando ao mercado consumidor. Hoje, a venda de alimentos é essencial. Ele comercializa lanches e seus famosos cocos que são um diferencial para a banca. Cerca de 700 cocos são vendidos por semana e todos chegam em uma das poucas carretas que viajam da Bahia para a Região Centro-Oeste do país. 

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“Não tenho o que reclamar, cheguei a vender muitas palavras-cruzadas”. Além disso, ao ser questionado por que quis ser jornaleiro por tantos anos, afirma: “Nunca pensei em trocar de profissão, isso aqui é a minha vida”.

Além da água de coco, José Brito também atrai pessoas dos arredores de Brasília com a venda e troca de figurinhas para álbuns. Tudo começou em 1998, quando seu filho estava completando o álbum de figurinhas da Copa.

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Com isso, surgiu a ideia que mudou a história da banca: quem completasse o álbum primeiro, ganharia um brinde. A campanha foi divulgada no jornal Correio Braziliense. A banca ficou famosa pela venda de figurinhas e, desde então, a 106 Norte virou um ponto de encontro dos amantes do futebol a cada 2 anos.

A repercussão foi tanta, que hoje em dia surgem cambistas na quadra tentando competir com as vendas de José Brito e as pessoas instalam mesas e cadeiras em volta da banca para completar seus álbuns.

Após 38 anos trabalhando como jornaleiro, Brito orgulha-se em dizer que a banca funciona todos os dias de 7h até 21h, incluindo feriados. Durante a pandemia, colocou todos os produtos pra dentro, fechou as grades do container e ficou do lado de fora.

Por Isabele Azenha e Marina Morôni
Fotos: Arquivo pessoal
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

 

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