A capital mãe de Legião Urbana, Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso e Móveis Coloniais de Acaju recebeu, na 16ª edição do Porão do Rock, que aconteceu na sexta-feira e sábado (30 e 31), bandas nacionais e locais (33 das 38 atrações), e quatro grupos que fazem sucesso internacionalmente. Nomes como Banda de La Muerte (Argentina), The Mono Men (EUA), Suicidial Tendencies (EUA), Soulfly (EUA) e o artista solo Mark Lanegan reforçaram tanto o line-up do evento quanto o conceito com o qual muitos brasilienses já estão acostumados – e também faz parte da descrição do festival: Brasília, a capital do rock.
A edição de 2013 do Porão do Rock contou com cerca de 38 bandas que fizeram o agrado de diversos gostos dentro do gênero. Cinco dessas eram bandas estrangeiras, e vieram à capital para experimentar o calor do público brasiliense. Conheça mais sobre os conjuntos:
Mark Lanegan – O único artista solo dos conjuntos estrangeiros se apresentou no palco Uniceub, cantor norte-americano ex-vocalista da banda Screaming Trees (uma das pioneiras do grunge de Seattle) , Mark Lanegan iniciou o show com meia hora de atraso. O que, com o decorrer do show, foi esquecido pelo público que se animou com o setlist do trabalho solo de Mark – começando por “When your number isn’t up” e encerrando com aplausos calorosos o show, após a performance de “Halo of Ashes”.
Banda de La Muerte – Na estrada desde 2009, a argentina Banda de La Muerte é uma viajante entre os gêneros do rock. O primeiro álbum do conjunto, mais centrado no stoner rock, recebeu boas críticas, e o segundo tem influências do crust, hardcore e doom metal. Pela primeira vez no Porão do Rock, foi responsável por um show que empolgou o público durante cerca de uma hora, concluíram a apresentação com “El sol salio del sur”, e ainda se arriscaram em executar a conhecida “I wanna be your dog”, de The Stooges – com sucesso, pela reação do público.
Soulfly – Fundado em 1997 pelo brasileiro e ex-Sepultura Max Cavalera, o grupo norte-americano tem sua base no thrash metal, especialidade do vocalista, que com seu poderoso vocal levou os mais de 6 mil presentes à loucura. Com direito a um bis após o final, Soulfly finalizou seu setlist, que contava com músicas como “Refuse/Resist”, “Arise” e “Territory”, de forma magistral.
The Mono Men – Originário de Bellingham, próxima a Seattle, o grupo The Mono Men manteve um excelente ritmo na mais de uma hora que tocou no palco Uniceub, não deixando o público ficar entediado em nenhum momento. “Stop draggin’ me down” deu início à apresentação, que permeou o garage punk e surf rock.
Suicidal Tendencies – Encerrando as noites de animação ressonante do Porão do Rock, os californianos do Suicidal Tendencies voltaram 5 anos após sua última apresentação no evento, e fecharam a casa de forma célebre, lotando a área em frente ao palco Budweiser. Com direito aos fãs skatistas no palco, para dar vida à música “Possessed to skate”, o grupo apresentou trilhas clássicas do skate punk e crossover thrash (uma mistura de hardcore punk com thrash metal) e de seu novo álbum, lançado em março deste ano, acabando com o hiato de 13 anos sem músicas inéditas, e encerrou a performance com “Pledge your alliance”, chamando outros fãs para o palco.
O que acham os fãs
Em meio a tantas opções de shows e nomes grandiosos, uma consequência é clara: a presença dos fãs das bandas internacionais e a oportunidade de conhecer novas bandas. Sobre isso, o estudante de direito Bruno Vasconcelos, 24, complementa: “Bandas estrangeiras costumam atrair um público maior que o normal, isso acaba por dar espaço a outras bandas para mostrarem a sua arte na abertura dos shows.” afirma. A contribuição para a construção da alcunha de capital do rock, de acordo com a estudante Jaqueline Pereira, 23, não é necessariamente com a ida a shows. Ela cita um grande ídolo da capital: “As bandas internacionais sempre contribuíram para o nosso cenário. Se não fosse Renato Russo saber do punk, Brasília talvez nunca tivesse sido a capital do rock.”
Além disso, a grande estrutura do Porão contribuiu para a vontade do público de shows e eventos maiores, a nível internacional. Como é o caso de Pablo Emílio, universitário, 25, que acredita no potencial de Brasília para a recepção de festivais de grande magnitude no cenário musical. “Ainda mais como esse novo palco que temos, o Estádio Mané Garrincha”, afirma.
Por Álvaro Viana
Imagens: Porão do Rock – divulgação