Logo na primeira noite do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o filme Sem Pena, de Eugênio Puppo, recebeu três salvas de palmas da exigente plateia. O cineasta de São Paulo que dirigiu o filme Ozualdo Candeias e o Cinema discute no documentário Sem Pena a situação carcerária do Brasil. A proposta do diretor era levar a plateia a descer “ao inferno da vida nas prisões brasileiras”. Segundo Puppo, o projeto levou cinco anos para ser finalizado e “o mais marcante foi ver as pessoas presas em situações desumanas”.
O curta-metragem Loja de Répteis, de Pedro Severien, abriu a primeira noite do Festival. O jovem diretor do Recife comentou que o filme é uma adaptação de um conto que ele escreveu há dez anos e acabou virando o curta. Com a temática de um filme de horror, Pedro diz que o filme propõe um debate político sobre nossa existência: “como é viver hoje em uma espécie de metáforas que seria essa loja de répteis”. Aprisionados na loja, eles desenvolvem neuroses e um processo de enfraquecimento, assim as pessoas presas em suas “jaulas simbólicas, psicológicas e físicas”, conta o diretor.
Em seguida veio o filme Bashar, de Diogo Faggiano. Ele que é de São Paulo, apresentou o quarto curta de sua carreira. Um filme que mostrou a triste realidade dos conflitos da Síria. Apresentando as tensões internas, a revolta dos militantes e o governo local fingindo que nada está acontecendo. Entre as cenas de maior impacto, um médico atende uma criança atingida por um tiro de canhão no intestino.

No final da exibição, o público pode votar no melhor filme da noite para concorrer ao Troféu Candango.
Por Juliana Braz