Delegada da PF que investiga pornografia infantil supera preconceitos com muito trabalho

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Sem títuloTrabalhar muito, manter a curiosidade e sensibilidade femininas estão na relação de receitas da delegada de Polícia Federal Tatiane da Costa Almeida para superar qualquer tipo de preconceito por atuar em uma instituição predominantemente masculina. Empolgação não falta a essa profissional, que de fala tranquila, fama de durona e estudiosa, tem um desafio bem pesado: investigar e combater crimes de ódio e pornografia infantil na internet. Ela integra a Polícia Federal há nove anos, é formada em Direito,  e atualmente realiza pesquisa de mestrado na área das ciências sociais.

Tatiana destacou, em entrevista a estudantes de jornalismo do UniCEUB, o fato de que as mulheres também têm os mesmo problemas em um universo regido por uma lógica masculina como a PF. “A balança do poder ainda pende pro lado masculino, as diferenças não poderiam justificar o tratamento desigual”, comenta. Tanto que o trabalho em andamento da pós-graduação investiga casos de suicídios entre policiais. Ela entende que os profissionais estão expostos a todo tipo de trabalho, o “dirty work”, como nomeia Tatiane. Por mais que os cidadãos comuns encarem esses profissionais como “durões” ou “duronas”, eles estão sujeitos a uma grande pressão psicológica.

Supermulheres – Além de ter uma profissão, elas ainda se dedicam às tarefas domésticas. De acordo com o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, apresentada por Tatiane, 90% das mulheres que trabalham se dedicam aos afazeres da casa, enquanto apenas 50% dos homens realizam a mesma atividade. Além disso, elas dedicam mais de 26 horas semanais nas atividades extras, e eles pouco mais de dez horas.“A mulher sofre muita cobrança. Se não trabalha é folgada, e se trabalha demais é homem”, ironiza. Outro fator são as provas físicas para entrar no serviço federal, que também deixam as mulheres em desvantagem. De acordo com Tatiane, no concurso de 2009, apenas 10% das mulheres foram aprovadas na prova de aptidão física. Esse é um fator que pode reduzir o interesse do ingresso na carreira pelas mulheres.

Por Camila Schreiber – Agência de Notícias UniCEUB

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