No Distrito Federal e nas cidades goianas do Entorno, há diversas opções de esportes ecológicos e radicais. As possibilidades oferecem ao público não apenas praticar exercícios ao ar livre, mas, também, conhecer lugares e paisagens naturais. Com tanta diversidade, atividades unem saúde e lazer.
As opções variam desde as práticas mais tradicionais, como as trilhas, as escaladas e os rapéis, até as mais diferenciadas, como o wakeboard e slackline. Luiz Henrique Schaefer, 25 anos, começou a escalar em 2011. Hoje pratica a atividade de três a cinco vezes por semana. “Costumo ir a Cocalzinho de Goiás e ao Belchior, um pico que tem no caminho da Chapada dos Veadeiros”, explica. O mais comum é escalar em rochas. Essa prática é conhecida como Boulder, uma escalada sem o uso de cordas, mosquetões ou outros equipamentos de segurança.
Outro esporte que instiga as pessoas que gostam de paisagens é o rapel interligado a trilha. Há vários grupos que fazem pacotes nos fins de semana para praticar o exercício e conhecer locais naturais. É o caso de Marcela Menezes, 25 anos, que já faz trilhas há três anos. “Surgiu a oportunidade de conhecer um grupo que faz esse tipo de passeio e quis conhecer o Buraco das Araras que fica em Goiás”, detalha.

Ela conta que, após o passeio, já sentiu a necessidade de fazer caminhada diariamente e optar por hábitos saudáveis. “Comecei a me exercitar mais para acompanhar os novos amigos de trilha. Aprendi a ter mais confiança em mim e o melhor de tudo é, realmente, o contato com a natureza”, finaliza. A última trilha que Marcela participou foi em 24 de setembro deste ano. Ela viajou para Ecobocaína (GO), a aproximadamente 90 quilômetros de Brasília.
Esportes alternativos
Um esporte que une água e aventura é o wakeboard. Praticado com pranchas e puxado por uma lancha, a atividade atrai, principalmente, os jovens. A 230 quilômetros de Brasília, há um lugar específico para os praticantes. O Sunset Wake Park, que fica em Goiânia, possibilita, inclusive, planos mensais. “Temos nossos mensalistas, mas aos fins de semana há muita procura de pessoas alternadas. Portanto, de sexta a domingo o movimento é maior”, explica o proprietário, Átila Prata.
Praticante da atividade há três anos, Mateus Luckmann, 26, já foi campeão brasileiro este ano na categoria adulto. “Foram três etapas, duas delas no Sunset Wake Park.” Ele pratica a atividade quatro vezes por semana. Mas, além dos mais jovens, o esporte aquático reúne, inclusive, adolescentes. É o caso de Daniel Figueiredo, 15 anos, que conheceu o wakeboard no início desse ano. Depois de ter a primeira experiência, o estudante deixou para trás todas as outras opções de atividade física que fazia. “O que me levou a praticar o esporte foi o ambiente, os desafios enfrentados a cada manobra e o companheirismo entre os praticantes.” Para ele, esse é o esporte individual mais coletivo que existe.

Com diferentes modalidades, há, ainda, o slackline, que proporciona força muscular, flexibilidade, consciência corporal e coordenação motora. O Parque da Cidade é um dos pontos favoritos dos praticantes do exercício conhecido, também, como slack.
Mas o esporte é praticado em outros espaços, como o Lago Paranoá e nas cachoeiras ao redor de Brasília. Brunno Carvalho, 27 anos, começou a brincar de se equilibrar sobre a fita há três anos. Hoje, leva o kit no carro para onde quer que vá. “Geralmente pratico slack no Parque da Cidade, mas em todas as viagens o kit me acompanha no carro. Outros lugares onde utilizo muito é na Chapada e Pirenópolis”, destaca.
O monitor e instrutor do Clube de Aventuras do Calangos do Planalto Deyverson James conta que o turismo de aventura é um risco controlado dentro de certos limites, pois, para ele, a natureza é dinâmica. “Todas as pessoas que praticam qualquer atividade ao ar livre correm riscos. Um tropeção, uma picada. Recentemente um professor morreu no Indaiá, ele fazia trilhas sozinho.”
Ele explica que não há um índice de mortes alto, mas todos estão sujeitos a riscos. “ ]O nosso fundador, Alfredo, é bombeiro e seguimos a orientação dele. O que fazemos no turismo de aventura é gerenciar os riscos e, caso aconteça algum acidente, estamos aptos a agir”, conta Deyverson.
Mariane Rodrigues
Sob supervisão de Isa Stacciarini